– Coisa triste ser amador…, sabe como é um amador?
Risos dos participantes, no aguardo de mais uma das pérolas de James McSill.
– Já viu casa de pobre?
Cristo…
– Toda casa de pobre tem um quadro na parede com uma foto antiga e um “borradinho” em volta.
Lembranças de quadros de algum parente…
– Assim é a obra do amador. Ele escreve uma porcaria, coloca um “borradinho” em volta e acha aquilo lindo…
Mais risos.
– O pior é quando ele escreve em outro idioma e acha que ficou melhor ainda…
Risos mais altos.
– Não, meu querido, cocô não tem nacionalidade…, é cocô em qualquer lugar…
Risos histéricos.
As pérolas evoluíram! As meias coloridas de James também! Mas outra evolução se destaca ainda mais!
Passados da fase do “Como assim?” do número 1 do mundo em Storytelling ecoando constantemente em nossas cabeças, era no mínimo um privilégio estar ali pela segunda vez como ex amadores e finalmente de acordo com suas lições.
Se ser amador é coisa triste, se dar conta disso é muito pior. Vive-se a fase da negação e incompreensão. O “como assim?” nos assombra por meses a fio.
– Mas como assim o narrador não pode ser onisciente? Como assim tem que cenificar todo o livro? Como assim tem camadas de histórias? Como assim tem que fazer estrutura antes de escrever? Como assim tem que definir um PDV (ponto de vista) e escrever a partir dali? Como assim …? COMO ASSIMMMMM???
– Tudo isso para escrever, James? Não dá para facilitar?
– Queres escrever?
– Quero!
– Então aprendes!
Não bastassem nossos próprios adjetivos como amadores, agora no passado (quero muito acreditar nisso), ainda convivemos com as assombrações da falta de técnica do leitor:
– O leitor é uma incoerência ambulante…
– O leitor não vai comprar seu livro por 30 reais se não for perfeitamente escrito…
– O leitor não vai ler seu livro, se o primeiro parágrafo não for o melhor e o objetivo do livro não ficar definido até a décima quinta linha…
– O leitor vai jogar seu livro no lixo em trinta segundos, se não se encantar.
– O leitor…
– O leitor……
… acho que tenho medo do leitor…
Para quem não escreve e desconhece as técnicas literárias em nível editorial, pode achar um exagero e talvez um tanto indelicado, mas na prática, aprender com o sarcasmo escocês a coisa triste que é ser amador e em seguida deixar de ser, é simplesmente lindo.
Deixar de ser amador é praticamente um orgasmo literário!
A didática de James é única, irreverente e inesquecível como seus outfits!
Dizem as más línguas que os concorrentes tentam imitar uma coisa ou outra.
Coisa triste ser imitador…
Não tem como!
James, suas aulas virtuais, congressos, retiros e tudo mais nos transformam com suas técnicas e conhecimento, advindos de uma base de generosidade constrangedora.
Não se imita o caráter, a personalidade e o amor despretensioso de quem ama o que faz.
O resultado?
Um encontro de amigos!
A certeza da escrita em linhas retas, do encantamento do leitor e a revolução dos amadores!
O final feliz que nos transforma em profissionais na base do riso!
E em pessoas melhores do que antes!
Leia mais sobre James McSill em:
Afinal, quem é James McSill? A história de um Retiro Literário!
2 Comments
Faço minhas as suas palavras, Carol.
Muitas lembranças e aprendizados deste retiro levarei para a vida toda.
Beijo.
Obrigada Ro, momentos inesquecíveis!!! Bj