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A Taróloga – Parte 2
3 de novembro de 2015
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3 de novembro de 2015

A morte da pomba

3 de novembro de 2015
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Há menos de três meses trabalhando numa nova empresa, fiquei feliz ao ver o enorme jardim de inverno ao lado da minha sala. A estrutura do local havia sido construída para que o prédio e as pessoas pudessem usar o máximo possível da luz do dia. Além disso tinha a beleza dos bambus e pedras brancas sobre o chão. No fim das contas todo o local era bonito, mas esta parte foi a que mais me chamou a atenção.
Passado uns dois meses eu finalmente comecei a perceber que no alto dos bambus pousavam muitas pombas no final de tarde. Mas não foi exatamente no pouso delas que as descobri. A primeira pomba que eu vi, estava caminhando entre o enorme espaço quadrado do jardim ao lado da minha sala. Na correria, eu só percebi que ela estava ali sozinha e imaginei que por vontade própria.
Os dias passaram e a pomba continuava no mesmo local. Comecei a me preocupar com a fome e a sede que ela devia estar sentindo. Acho que ninguém entendeu. Mas eu entrei no jardim com vários farelos de biscoito para tentar alimentar a ave.
Até hoje eu não sei se a pomba se alimentou dos farelos de biscoito de polvilho. O bicho corria tão desesperado entre os caules de bambu, que seria impossível chegar perto dela ou menos ainda pegá-la. Falei com alguns colegas de trabalho e solicitamos que alguém que cuidava do jardim viesse retirar a ave.
Após várias ligações e e-mails, o fim de semana chegou e nada foi feito; a pomba continuava lá. Na segunda-feira seguinte cheguei observando as pedras brancas do jardim a procura da desafortunada ave. E lá estava ela, morta sobre o chão. Andei mais um pouco e havia mais duas ou três na mesma situação. O fim de semana havia sido frio. E as pombas não conseguiam sair dali uma vez que chegassem ao chão. Os bambus atrapalhavam seus voos.
Hoje após três meses ao lado do jardim, já perdi a conta de quantas pombas morreram. E não apenas neste jardim, mas em mais um, no lado contrário a este. Entendi porque nenhum colega se incomodou com a morte da pomba. Além de ser um animal nocivo à saúde humana, fazia parte da seleção natural a morte delas ali.
Hoje eu vi mais uma. Ela não caminhava mais, estava sentada e encolhida ao lado de outra pomba morta. Seus olhinhos pareciam tristes. E ela já estava num estágio de nem se movimentar mais. A morte lenta pela qual todas essas aves passam é que me dói: o morrer por inanição, durante o meu dia-a-dia corrido, no qual não tenho tempo para pensar na Teoria de Darwin ou seja lá o que for, fora do assunto de trabalho.
Como diz meu pai, que mundo é este onde a Cadeia Alimentar nos destina a comer um ao outro em nome da sobrevivência? E eu me pergunto, que sociedade é esta a que fomos moldados ao não se importar com a morte lenta e sofrida de um ser vivo? Sejam as pombas ou os tantos outros que morrem abandonados nas ruas.
Apesar de o bicho ser nocivo à saúde e fazer parte de um processo de seleção natural, tudo o que consigo me lembrar são os olhinhos do animal já quase sem vida.
Que Deus tenha piedade de nós. Para que nunca, a morte de nenhum de nós, venha a ser uma morte tão lenta e tão naturalmente desprezada.

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