Aproveitando meus dias de férias na cidade onde tudo acontece, São Paulo, fui convidada para assistir a peça “Rita Lee mora ao lado”, interpretada por Mel Lisboa e grande elenco. Considerando minhas ilustres companhias, nem pensei no que seria o musical de duas horas e quarenta e cinco minutos. Logo eu, avessa aos filmes musicais. “Será que iria gostar? Ou iria sair correndo no meio da apresentação?”.
A peça, que é uma comédia musical, foi baseada no livro “Rita Lee Mora ao Lado – Uma Biografia Alucinada da Rainha do Rock”, do escritor Henrique Bartsch, que mistura realidade e ficção para contar a trajetória da cantora desde a época dos Mutantes, nos anos 60, até os dias de hoje.
A protagonista, Mel Lisboa, disse em entrevista ter sido este o maior desafio de sua vida profissional. Após quatro anos de preparação, enquanto a produção do musical se criava, a atriz também passou pela gravidez de sua segunda filha, teve que tratar um calo nas cordas vocais e interromper a gravação de uma novela. Tudo em nome do musical. E parece que valeu a pena.
O musical conta com Mel cantando e arrasando clássicos como “Agora Só Falta Você”, “Saúde”, “Banho de Espuma”, “Caso Sério”, “Menino Bonito”, “Panis et Circensis”, “Ando Meio Desligado”, entre outros. São ao todo 39 canções no espetáculo, incluindo também músicas de artistas que de alguma forma integraram e marcaram a vida de Rita Lee, como Beatles, Ray Charles, Elis Regina, Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Entre uma música e outra há aparições de personagens fenomenais como Ney Matogrosso e hilários como Ronnie Von e Hebe Camargo (nesta parte eu literalmente chorei de rir). A plateia ri, aplaude e acompanha todo o espetáculo com energia contagiante.
Sinceramente, eu nem percebi as duas horas e quarenta e cinco minutos. Quando soube que havia durado todo esse tempo, só me senti agradecida, pela oportunidade de ter sido espectadora de algo tão bonito e bem feito.
Nos bastidores, Mel Lisboa mostra que além de linda e talentosa também é uma pessoa simples. Olha nos olhos, sorri e abraça seus fãs. E pasmem: ainda se desculpa e se explica por não cantar muito bem. Imagina…
Pois é… E eu que há anos atrás, havia assistido arduamente “A presença de Anita”, confesso mesmo, que agora virei fã de carteirinha da Mel. Minha única tristeza é ainda não saber se nós, curitibanos, teremos a honra de receber a peça em nossa cidade. Mas vale ficar de olho. Porque se Mel já era presença marcante como Anita, agora como Rita, repetiu a difícil arte de se mostrar única e inesquecível.