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As rosas do sobrado azul

15 de abril de 2020
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O que você faria, se no dia do enterro de sua mãe, encontrasse em suas mãos um bilhete inacabado para você com as seguintes palavras “Sinto muito o que aconteceu entre nós na semana passada, queria que soubesse que tenho saudades. Agora minha vida está por um fio, arrependo-me das brigas que causei, das quais não adianta mais falar, pois o passado não volta. Mas, sinto que preciso te dizer três coisas…”?

Este é o início da instigante história de Leonor, filha única de Dona Rosa. Uma mulher de quarenta e cinco anos que se vê sozinha e sem rumo com a partida de seu último laço familiar.

Se a psicologia estima que o luto dura de dois a três anos, com Leonor não foi diferente, mas além do luto, ela carrega o peso das palavras não escritas naquele bilhete. Afinal, o que sua mãe a queria dizer? Sinto muito? Obrigada? Um segredo de família? Ou três? O que não se sabe, a imaginação é capaz de criar e recriar mil vezes.

Acompanhamos a trajetória de Leonor, numa busca que começa com uma fuga dela mesma: uma viagem à Portugal, que com o decorrer da narrativa se mostra enigmática e reveladora.

O enfrentamento de Leonor acaba sendo muito mais do que a ausência de sua mãe, mas a ausência de si perante a vida. Por que Leonor tinha tanta dificuldade de realizar seu sonho em abrir um restaurante? Seria a desaprovação de Dona Rosa mediante seus dotes culinários? O que a travava de seguir adiante, senão ela mesma e as lembranças ruins?

O sobrado azul, herdado de sua avó, Dona Cecília, se torna o cenário principal da história de Leonor, junto com as memórias do chá de camomila que ambas tomavam em meio à conversas e cumplicidade amorosa.

A presença de personagens marcantes como Heitor, o antigo jardineiro e morador assíduo do sobrado, mantém não apenas as rosas vivas, mas todas as lembranças e os segredos mais bem guardados. Todos a espera de serem revelados no tempo certo, com a doçura de quem também cultiva amor e paciência.

– Demorou – diz Heitor.

– Em que sentido? Para retornar ao meu verdadeiro lar? – questiona Leonor.

– O tempo traz respostas.

– Isso quer dizer o que?

– Que a pressa não traz benefícios a ninguém. O caminho é um processo de aprendizado, aos poucos as atribulações se acomodam.

Além do sensível jardineiro, o médico Gustavo é parte importante desse caminho de luto. O amor antigo de Leonor, que mal resolvido no passado, retorna para uma nova tentativa de se manter vivo, ainda que com um muro de silêncio que se forma entre ele a personagem principal.

Rogério, filho de Heitor, também impacta a história de vida dessa mulher, que antes tão sozinha, agora se vê rodeada de figuras importantes, além de cinco bilhetes que não são bem o que parecem ser, mas muito mais.

O quanto uma vida pode se transformar com uma partida? Uma perda que marca não apenas o início de uma grande reviravolta, mas a busca de Leonor e do encontro com si mesma.

O sobrado azul é o cenário, enquanto as rosas, as próprias lembranças, ingrediente, tempero, amor e presença viva de quem se foi, os pontos que marcam a história de Leonor, como as placas numa estrada, indicando os pontos de virada e decisão.

Irá Leonor descobrir o que sua mãe a queria dizer? Ou cairá em esquecimento e dúvida que a acompanhará para o resto de seus dias?

“As rosas do sobrado azul” mexe com todos os sentidos, a cada capítulo, com  o cheiro e o sabor das rosas, a textura e as cores de cada detalhe, como o azul turquesa do sobrado e a lembrança que cada sentido é capaz de despertar.

Leonor nos convida a acompanhar a sua história, de forma a nos conectarmos com a espiritualidade e sensibilidade da vida, nos mínimos detalhes que nos marcam e nos fortalecem para sempre.

 

 

A autora, Zeli Scheibel, minha querida e preciosa amiga.

www.zelischeibel-escritora.com.br

 

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1 Comment

  1. Rosângela disse:
    9 de setembro de 2020 às 23:12

    E uma história, linda que fala das perdas da vida, dos arrependimentos, e da busca de sentido para a vida.

    Responder

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