logo_vaziologo_vaziologo_vaziologo_vazio
  • Home
  • Sobre
  • Blog
  • Cursos
  • Serviços
  • Contato
Constelação Familiar Sistêmica – Relato 4 – “A jovem que não conseguia se relacionar com ninguém…”
5 de julho de 2017
Os problemas de se tornar uma pessoa forte
13 de julho de 2017

Carta aos meus pais

7 de julho de 2017
Categorias
  • Amor
  • Família
  • Preferidos da autora!
  • Todos
  • Vida
  • Vídeo
Tags

 

 

 

 

Ontem foi aniversário de meu pai. A trezentos quilômetros de distância, o parabenizei por telefone. Tivemos uma conversa agravável e desliguei. Chegamos juntos àquela fase da vida, em que meus pais enxergam suas vidas no fim, enquanto eu, temo pela minha, sem eles por perto.

Há poucos dias, meu pai esteve em casa. Riscou com caneta o meu novo sofá.  E por dias aquele risco, que ainda está aqui, me incomodou. Ao mesmo tempo em que sentia culpa pela minha irritação. Afinal, os erros que cometi na vida não sairiam com a mesma facilidade do meu passado, como a tinta sairia do sofá.

É verdade. Os anos passam como o vento. Ouvimos os adultos falarem sobre isso, mas quando nos damos conta de sua verdade, já estamos nós lá, no lugar deles.

Cá estou eu agora, refletindo sobre a vida de meus pais. Ambos estão esbanjando saúde, mas cheios de dores e algumas limitações. Se é difícil envelhecer, os pais também devem saber que para nós, os filhos, não é fácil vê-los perdendo a vivacidade. Nossos heróis de verdade envelhecem. Ficam de cama e caem da escada.

Queridos pais: “Saibam que eu temo muito o dia em que não estarão mais aqui. Não gosto de falar ou pensar sobre isso, mas já que penso, pensei que deveria ao menos dizer o quanto isso me incomoda, me machuca e me assombra. Quem dera eu pudesse ir antes. Nunca sabemos o dia de amanhã. Sei da certeza de que a vida pesa menos com vocês por perto.

Eu sentirei saudades sempre. Do cuidado, ainda que de longe. Das brigas antes da noite de natal. Da casa cheia de gente e dos encontros nos feriados. Sentirei saudade de me sentir segura e sempre ter um lugar para voltar.

O quintal ainda estará lá. Mas nunca mais será o mesmo. E sobre as flores de plástico, que meu pai colocou junto a um vaso com flores de verdade, saibam que já providenciei a minha, na sacada de meu apartamento. Com uma verdade incontestável dentro dela: o amor que tenho por vocês.

Me perdoem pela falta de amor e de carinho. Por muito tempo fui só revolta. Estive por muitos anos buscando a mim mesma num caminho que era só meu, e não me dei conta de muitas coisas, que só agora percebo.

Desculpem-me ter demorado tanto tempo a me tornar alguém, da qual pudessem sentir orgulho. Espero um dia que meu filho também me veja assim, como agora vejo vocês. Em meio a um turbilhão de problemas, nossas vidas sempre estiveram ligadas, assim como eternamente nossas almas irão estar.

Ainda não aprendi a ser uma filha meiga e amorosa. No caminho que percorri, tive que me tornar forte, mas isso não significa que não senti ou ainda não sinto. Eu amo tanto, que dói.

Minha maneira de amar talvez não seja a melhor de todas, mas o meu amor existe e é real. Amo vocês em cada dia que me levanto. A cada problema que enfrento e a cada sonho que persigo. Meu amor se manifesta através de mim, quando enfrento a própria vida, buscando ser o melhor que posso, para que quando me observem, possam sentir orgulho de quem me tornei.

Eu espero que vivam muito, a ponto de verem meus sonhos se realizando e também os de meu filho. Desejo que possam me ver avó. Quero que possam assistir uma peça minha, na primeira fila. Bem como uma de minhas histórias, no cinema ou na TV. Por que melhor do que realizar meus sonhos, será realizá-los para vocês.

Muito obrigada por toda a minha vida!

Com amor, sua filha caçula”.

https://youtu.be/zyGGOaKh1XU

 

Leia também:

  • Pai e mãe: Me desculpem ter demorado tanto para crescer!
    Pai e mãe: Me desculpem ter demorado tanto para crescer!        Quem dera eu soubesse tudo o que eu sei hoje, desde sempre. Quem dera não houvesse a imaturidade e revolta dos tempos de juventude, do tempo em que me transformar numa pessoa adulta era tão doloroso. Quem dera eu tivesse aproveitado mais e não me importado com coisas pequenas. Teria abraçado mais, sorrido mais, participado mais. Felizmente vocês estão aqui. E por isso gostaria de dizer: me desculpem ter demorado tanto tempo para crescer! Me desculpem…
    Tags: de, que, a, me, vida, amor, família, preferidos, da, autora
  • O que acontece na infância, não fica na infância
    O que acontece na infância, não fica na infância  Há tempos sabemos da importância da infância para uma vida adulta feliz e saudável psicologicamente. Recentemente li um livro que abordava o assunto. O autor citava o seguinte exemplo: se uma criança que chora e pede para ser alimentada é ignorada pela mãe, mas é alimentada, quando espera em silêncio, a criança grava em seu subconsciente, que quando quer alguma coisa não deve pedir, nem chorar, mas esperar, pois alguém vai perceber sua necessidade apenas em seu silêncio. Achei…
    Tags: que, a, de, amor, família, vida, vídeo, preferidos, da, autora
  • As flores de plástico do meu pai
    As flores de plástico do meu pai                Ainda na cama, ouvi o barulho das vassouras. Uma na frente da casa e outra no quintal. De visita na casa de meus pais, eu já sabia como era a rotina. Apesar de algumas reclamações, a retirada das folhas das árvores era quase que diária, tanto na calçada, pela minha mãe,  quanto nos fundos, pelo meu pai.             Relativamente avessa aos serviços domésticos, nunca entendi tamanho apreço e frequência pelo recolhimento das…
    Tags: de, que, a, amor, família, preferidos, da, autora
  • Eu sonhei com você, pai!
    Eu sonhei com você, pai!"Saudade é um sentimento que, quando não cabe no coração, escorre pelos olhos." Bob Marley   Na verdade, sonho com você quase todas as noites, mas ontem foi engraçado. Você estava na cadeira de rodas e tirava sarro de mim, junto com meu sobrinho, por que eu tinha tido um ataque de dor de barriga. Isso me pareceu bom. Seu sarcasmo sempre foi sinal positivo, assim como a sua irritação. Como você disse em seu último aniversário: - Eu não…
    Tags: de, que, a, da, me, amor, família, vida, preferidos, autora
  • Os dez minutos
    Os dez minutos    Foram apenas dez minutos. Eu entrei em seu carro e lá estava aquele sorriso maroto. Pela primeira vez podia olhar em seus olhos mais de perto. De alguma forma, ele parecia não saber por que eu estava ali. Me ofereceu uma bandeja de brigadeiros para compensar um mal entendido. Me desviei depressa de tal bandeja e fui direto onde queria: em seus lábios. Com alguma resistência de risos e timidez, que em poucos segundos se transformaram em beijos…
    Tags: que, de, me, amor, vida, preferidos, da, autora
Compartilhar
1

Artigos Relacionados

16 de junho de 2022

Eu sonhei com você, pai!


Leia mais
4 de junho de 2022

Me vejo em você, pai!


Leia mais
4 de junho de 2022

Feliz Dia dos Namorados Líquido ou Sólido? É você quem decide!


Leia mais

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Direitos autorais de Carolina Vila Nova 2014 - 2020

Desenvolvido por Serinfo