Uma jovem decidiu constelar uma dor de estômago, a qual estava sofrendo há um bom tempo. Ela parecia realmente não saber do que se tratava aquela dor tão insistente. Nem mesmo os médicos haviam encontrado a causa.
No decorrer da constelação, os pais foram colocados através de representantes. Logo se mostrou uma relação de autoritarismo por parte da mãe com aquela jovem. Apesar de seus mais de trinta anos, ficou claro que a mãe ainda a tratava como se fosse uma criança, e ainda por cima, incapaz.
A relação não era saudável. E a personalidade resiliente da constelada não lhe permitia perceber o desequilíbrio que havia ali. Com naturalidade, a constelação trás à tona aquilo que não se vê e mais precisa ser visto, sobre um determinado tema.
Para a surpresa de algumas pessoas que assistiam a constelação, um senhor, que estava apenas assistindo, se manifestou, sem ser chamado. Ele entrou bravo na constelação, pegou algumas almofadas e as jogava no chão, dizendo: “Que raiva, que raiva, eu sinto raiva, eu tenho vontade de xingar, gritar, mas eu não posso…”.
Nitidamente aquele senhor estava representando a raiva que a moça sentia, mas devido a sua personalidade pacífica, não tinha coragem de manifestar. Ela estava engolindo seus “sapos” há um bom tempo, bem mais do que aquela dor estava se manifestando.
A consteladora aconselhou a jovem, a inclusive, pegar de volta a chave de seu apartamento, que estava com a mãe. A relação era visivelmente ruim e pedia uma atitude firme por parte da filha, por mais que houvesse dificuldade para ela naquela situação de anos.
Ainda na constelação, um representante fez o papel do remédio que a situação requeria. O pai e a filha solicitaram à mãe, o respeito que a mesma precisava começar a ter por sua filha, para que o equilíbrio se restabelecesse na família.
Esta constelação mostrou que até mesmo a doçura e passividade devem ter um limite em certas situações. A Lei do Dar e Receber também se encaixa neste exemplo, pois devemos dar à medida que recebemos e vice versa. E no caso do desrespeito ou autoritarismo, não os aceitamos, mas lutamos contra eles.
Com amor sempre, mas nem sempre à favor.
Mais informações em:
Sobre Bert Hellinger e a Constelação Familiar Sistêmica
http://www.berthellinger.com.br/