Como será celebrado o dia das mães na oitava semana de pandemia, desde que foi decretado o estado de Calamidade pública na cidade de São Paulo?
Cinquenta e um dias, desde o decreto, mais de 135 mil brasileiros doentes e quase 10 mil mortos. Além das subnotificações e dezenas de supostos valores, ainda maiores e mais assustadores.
E vamos comemorar o dia das mães? Vamos sim! Não apenas vivenciar este dia com alegria, mas com consciência e ressignificação. O dia das mães, diferente de mais uma data comercial, deve ser vivido como a lembrança de quem nos deu a vida. É a data que exaltamos uma pessoa única em nossas histórias. Por onde a luz passou e nos permitiu viver. Aqui. Em carne e osso.
Mais do que presentes, almoços, infinitos comerciais de televisão e publicidade, fotos publicadas e homenagens virtuais para mostrar aos demais, devemos honrar nossas mães internamente. Reforçar a nossa aceitação pela vida que recebemos através dela, com respeito e gratidão.
Quem honra sua mãe, honra a vida. Quem a menospreza ou ignora perde as oportunidades de ser inteiro, dando continuidade ao fluxo natural da vida que se recebe através dela e de viver de maneira mais plena e feliz.
Perceba a sua volta, observe, analise. É assim que é. Quer prosperidade, bons relacionamentos – consigo mesmo e com os outros? Honre seus pais e sendo sua mãe o relacionamento primordial, o mais visceral e importante de sua vida!
Neste momento ímpar e histórico, vamos reverenciar as mães – todas –as nossas, as que se foram, as que serão – honra-se através de uma o símbolo que todas representam de dar continuidade à Vida, tão fragilizada, ameaçada e paradoxalmente revalorizada neste cenário pandêmico. Renovar o valor deste dia, transformando o comercial clichê em expressão verdadeira de amor, gratidão, generosidade e alegria.
Como celebrar este dia, se muitos estaremos tão longe de nossas genitoras? Ame, sinta, celebre, agradeça! Por dentro, em primeiro lugar. O resto é consequência. Um telefonema, uma mensagem ou chamada de vídeo. Uma palavra, uma carta – e que esta percepção e atitude se desdobre também nos dias comuns, onde tantas vezes um gesto de atenção, escuta, desvelo significam muito.
Já se viu que não somos mais uma sociedade absolutamente inconsciente e ingênua, submetida a padrões e interesses externos. Estamos percebendo que habitamos e construímos um mundo de constantes e inesperadas transformações, em movimento além de nosso controle pessoal, como a pandemia que está aí, impulsionando a necessidade e obrigação de evolução.
Portanto, vamos ajustar nossa própria compreensão do significado da Vida que nos chega através do arquétipo da Mãe – Mãe Natureza que congrega e orquestra a sinfonia da vida através da criação – mães fontes, mães rocha, mães sementes, mães animais, mães humanas. Todas, símbolo da criação divina e misteriosa.
Também lembremos com delicadeza e compaixão das mães que se foram e dos filhos que ficarão mais marcados do que outros com o impacto desta pandemia. E das mães que viram, impotentes e dolorosas, seus filhos irem-se. Se você pode neste dia estar com a sua mãe, mesmo que apenas virtualmente, agradeça profundamente!
Muita luz e proteção àquelas que estiverem lutando contra o vírus, num leito de hospital ou por trás das figuras dos médicos e enfermeiros ou ainda ao pé da cama, rezando pelos seus. Que possamos elevar nossos pensamentos e buscar novas atitudes como uma fonte de renovação e esperança.
Feliz dia das mães a todas as mães!
Vida é uma só! Mãe também!