Depois de séculos, mulheres, que arduamente sonharam se tornar princesas, recebendo em troca atitudes como: ficarem sozinhas em casa, serem abandonadas com filhos, traídas, abusadas, chamadas de loucas e tudo mais, finalmente perceberam, que não precisavam de príncipes para serem felizes.
Aliás, me parece que a maioria dos supostos príncipes estavam mais para vilões, do que verdadeiramente para os mocinhos das histórias dos contos de fadas. O contrário: eram justamente os príncipes, as causas de muitas infelicidades!
Na vida real, a mulher foi induzida por séculos pelo patriarcado, sobre tudo o que deveria ser, para ser perfeita: linda, recatada, virgem, religiosa, boa mãe, excelente dona de casa e ao mesmo tempo, boa de cama e trabalhadora. Haja braços para uma mulher só.
Na sociedade e no coletivo não foi diferente. No trabalho lhe era solicitado esquecer dos filhos. Em casa, a esquecer do trabalho, porém a não esquecer do dinheiro e da independência, além de fazer tudo isso e ainda ter um sorriso no rosto e libido para a necessária satisfação do príncipes.
Príncipe folgado esse do patriarcado, não?
Não desmereço os bons homens da minha geração, mas sinto muito por uma boa parte, que ainda nem se deu conta do quanto a mulher evoluiu e por consequência o modo de viver da sociedade, mediante esta evolução.
Fico feliz de ver em mim mesma, em primeiro lugar, a realização da vida na carreira profissional como jamais vi em suposto príncipe nenhum. E em segundo, de perceber o quanto cada vez mais, mais mulheres estão parando de se perder por supostos personagens que nunca existiram: príncipes não existem. O que existem são poucos homens maduros e dispostos a reconhecer uma mulher como ela é e não como mãe, dona de casa, empregada ou ainda alguém para lhe satisfazer as necessidades básicas, financeiras ou instintivas.
Contos de fadas não existem na vida real, apenas induzem à ilusões que vem distorcendo a realidade de relacionamentos, há séculos.
Relacionamento bom não é baseado em aparência e comportamento de princesa ou de príncipe, mas de quem se é, seja como for, combinado à aceitação do outro(a). Felicidade vem de dentro, do propósito de vida, da garra que se tem em encarar as dificuldades da vida como combustível para se transformar em alguém melhor e mais forte. Passa-se para o próximo nível.
E a mulher vem fazendo isso devido à pressão que sofre, desde sempre e à toda dor que isso causa. A mulher está se libertando.
O homem também não precisa ser príncipe, apenas fazer a gentileza madura de parar de achar que a mulher tem que ser princesa. Mulher é o que ela quiser ser, e se em seu caminho encontrar alguém que combine com isso, bom pra ela. Ou não.
Seguir sozinha na atual conjuntura, ao que me parece, tem sido muito mais um sinal de final feliz, do que com um personagem qualquer.
Feliz dia da mulher para quem se libertou. E para quem ainda não arrebentou as correntes: um grande desejo de libertação para você. Com um final verdadeiramente feliz!
Feliz dia da mulher!