logo_vaziologo_vaziologo_vaziologo_vazio
  • Home
  • Sobre
  • Blog
  • Cursos
  • Serviços
  • Contato
Feliz Mulher
3 de novembro de 2015
Educação na medida
3 de novembro de 2015

O salto do sapato

3 de novembro de 2015
Categorias
  • Comportamento
  • Opinião
  • Todos
  • Trabalho
  • Vida
Tags

 

 

Atualmente participando de um projeto que visa a implementação de princípios em uma empresa, passei por uma situação que me fez refletir os diversos níveis de valores à que somos submetidos diariamente. E mais, me fez me sentir cega, sobre como demonstrar valores mais profundos às pessoas com valores mais superficiais.

Justo hoje, quando recebi a confirmação de um problema de saúde, de cirurgia quase certa e compartilhei esta informação, também fui obrigada a me deparar com o deboche de algumas pessoas, pelo fato do meu sapato estar com o salto quebrado. Não pela primeira vez, estas falavam ao telefone e cochichavam assuntos de demais à nossa volta. Acostumada com o fato de que isto ocorre quase todos os dias, e de ser algo que parece fazer parte da cultura da empresa, já não me incomodo. Ainda que não compartilhe dos mesmos sentimentos e propósitos por trás de tal costume.

Quando finalmente percebi que todo o burburinho de fim de tarde entre as colegas era simplesmente por causa do meu sapato, (que, diga-se de passagem, está mesmo merecendo ir para o lixo), eu simplesmente fiz de conta que não percebi sobre o que estavam falando. E embora não tenha sido a primeira vez em que me finjo de morta mediante tal comportamento, foi a primeira vez em que me senti incomodada. E então elas vieram: as reflexões.

O fato de eu me fingir de morta, não colaborou em nada para que minhas colegas pudessem perceber a superficialidade de seus valores. Eu poderia ter dito algo à altura desse tipo de valor e ter citado algo como: “Pois é…, o sapato eu posso trocar. Mas não tenho necessidade de trocar meu rosto ou meu corpo”. Mas talvez essa resposta apenas provocasse as colegas. E eu simplesmente discordo dos valores de beleza como prioridade na vida cotidiana. Minha resposta de coração teria sido: “O sapato eu posso trocar. Pena que valores sejam mais difíceis de serem trocados”. Mas ainda assim, cheguei à conclusão de que a minha melhor resposta não respingaria nem perto do nível de consciência que gostaria de atingir. Uma vez que as crenças são tão distintas, cheguei à triste conclusão de que transmitir valores é algo quase que impossível de se fazer a curto prazo.

Me lembrei dos seis anos em que morei na Alemanha e gradativamente fui apresentada à um novo mundo, onde várias vezes, em estado de choque, fui obrigada a perceber o quanto era diferente e inferior nos quesitos disciplina, organização e cidadania, por exemplo. E apesar da afirmação também servir para o contrário, uma vez que também me percebi melhor em outros requisitos, sei que a exposição de uma pessoa à vivência em outro país, trás um choque tão intenso de valores, que mesmo sem querer e contra a sua vontade, o “estrangeiro” se torna um novo cidadão, certamente tentando se equilibrar com o melhor de dois mundos.

E então, na situação a que hoje vivenciei, me questionei sobre de que forma eu poderia contribuir para os valores das minhas colegas de trabalho. De que maneira se ensina a alguém que um sapato não tem mais valor do que uma pessoa? Como demonstrar que o comportamento e atitude de um colega valem mais do que seu mero calçado? Qual a melhor forma de se provar o valor do caráter através do desapego de valores inferiores, quando olhamos para aquilo que realmente vale na vida, independente de ser numa empresa, numa escola ou dentro de casa?

Eu me dei conta, de que por menor que seja o valor de um sapato, para muita gente ele vale mais do que tudo o que uma pessoa faz ou representa. E apesar de toda superficialidade contida nesta atitude, abrir os olhos de quem observa a vida de tão raso ponto de vista, é algo tão difícil quanto se consertar um salto quebrado.

Só que sapato novo se compra. Valores não!

 

Leia também:

  • Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em sua vida!
    Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em sua vida!“Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em sua vida”, disse o filósofo Confúcio. Mas o que isso quer dizer? E quantos podem ter a sorte de trabalhar com o que amam? Para mim foi um longo caminho até chegar ao momento de agora, que trabalho com o que amo. Antes disso, vivi a árdua necessidade de colocar as contas e necessidades acima de qualquer frustração e desavença no trabalho. Perdi a conta,…
    Tags: que, de, a, vida, opinião, comportamento
  • Eu estou voltando para casa
    Eu estou voltando para casa      Há onze anos, comecei e terminei meu primeiro livro com a frase acima. Foi a primeira e a última afirmação, embora quase nenhum leitor tenha percebido.  Naquela época, eu carregava o peso de ter sido estrangeira, e por consequência, ter sido estrangeira de mim mesma. Hoje me dou conta, de que o que sentimos falta é da gente mesmo. Do que se foi um dia, do que se sentiu. De um meio onde se foi aceito, e…
    Tags: que, de, a, opinião, vida, comportamento
  • Não mexa com a minha cultura!
    Não mexa com a minha cultura!            Há uns dias, resolvi expressar a minha opinião, de que casais não deveriam dividir as compras de supermercado, o que eu acho chato. Acredito que casais deveriam, de verdade, dividir as tarefas chatas (e não fazer juntos), para terem mais tempo de compartilhar as tarefas gostosas e cada vez mais raras do dia-a-dia. Porém minha matéria mexeu em algo bem mais profundo do que os próprios relacionamentos amorosos. Minha opinião foi de encontro com algo enraizado na cultura brasileira:…
    Tags: que, a, de, opinião, vida, comportamento
  • Na contramão!
    Na contramão!    A vida é realmente incrível! Sempre me senti uma estranha no ninho. À frente de meu tempo. Desde cedo, me acostumei aos conselhos do tipo: não seja assim, não fale isso, não sonhe tanto, não escreva desse jeito, blá blá blá. E isso acabou me intensificando, pois tive que lutar duramente comigo mesma e com o mundo que me rodeava, para acreditar naquilo que era. Demorou. E foi sofrido. Mas chegou um tempo em que realmente entendi quem…
    Tags: que, a, de, opinião, vida, comportamento
  • Fuja de pessoas que julgam!
    Fuja de pessoas que julgam!Fuja de pessoas que julgam! Finja que não viu, atravesse a rua e se faça de morto, mas não siga sua vida ao lado de alguém que se sente apto a julgar você, em qualquer área da sua vida. Contorne esse tipo pessoa, assim como um rio contorna uma pedra ou outro obstáculo qualquer. É muito pesado ter ao nosso lado, alguém que se coloca nesta posição, porque a vida já nos obriga a viver constantemente com dedos apontados em…
    Tags: que, de, a, vida, opinião, comportamento
Compartilhar
0

Artigos Relacionados

29 de julho de 2022

Anjos Cuidadores


Leia mais
28 de julho de 2022

Renasce nas águas!


Leia mais
24 de julho de 2022

No quebra-cabeça da minha vida!


Leia mais

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Direitos autorais de Carolina Vila Nova 2014 - 2020

Desenvolvido por Serinfo