A frase acima me chamou a atenção, quando uma terapeuta fez referência às pessoas que não possuem coragem de viver. Uma vez que a vida não significa apenas sobreviver: levantar, comer, trabalhar, dormir e começar tudo outra vez, e sim amar, quebrar a cara, correr riscos, errar e tentar novamente, tantas vezes quantas forem necessárias.
Há quem leve a vida de maneira “segura”, cheia de regras e restrições, justamente para evitar as decepções e situações não planejadas. Acabam por levar uma vida aparentemente segura, mas cheia de mesmices e até mesmo com falta de vida.
Sabe a velha frase: “Vendo a vida passar?”. Há os que pegam o trem, como há os que ficam apenas observando. E pior, os que permanecem trancados em algum lugar, vendo tudo por uma fresta.
Os valores a que nos apegamos fazem toda a diferença na intensidade de vida que levamos. Se o importante é a quantidade de dinheiro na conta bancária, nossa vida gira em torno do trabalho e de tudo aquilo que for capaz de produzir mais dinheiro. Corremos o risco então, de esquecer as pequenas belezas da vida e o tempo que deveríamos dedicar à nós mesmos e aos outros.
Se o que nos importa são as pessoas, também arriscamos dar mais aos outros do que a nós mesmos.
Quando o que mais nos interessa é o amor, podemos sofrer a consequência de não termos pensado e planejado a vida financeira.
Risco sempre haverá de todas as formas. Apesar de não existir nenhum caminho totalmente certo e seguro para se seguir, devemos buscar valores equilibrados: com foco no amor, no dinheiro, nas pessoas e em nós mesmos. Quando há atenção em excesso em um desses pontos, certamente haverá falta em outro.
Apego às pequenas coisas nos impede de ver as grandes. É como focar num inseto em cima da mesa e não ver o restante atrás dela, seja um felino brincando, uma criança ou o grande amor da sua vida.
O olhar aos defeitos do próximo ou às suas fraquezas não nos permitem ver e sentir o amor daquele que nos “parece” errado ou inferior.
No velho exemplo da folha de sulfite com apenas um pontinho em preto, temos que desfocar o ponto e perceber o resto.
O medo de errar e de sofrer é como uma parede que nos impede o movimento. Mas mais errado do que o próprio errar é o não agir e o nada fazer. Isto significa ver a vida por uma fresta.
O medo é sinal de que devemos prestar atenção àquilo que fazemos ou à uma situação em que nos encontramos, mas nunca deverá ser um sinal de “pare”. Devemos ficar atentos, mas nunca deixar de lado o movimento da vida.
Ver a vida por uma fresta é bem pior do que uma centena de erros que podemos cometer.
Por favor, abra a janela.
E quando der, pule!
Se jogue para a vida!