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Vida que não cabe em mim!

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Se aos dez anos de idade eu já escrevia com letrinha de criança pequenos textos que não condiziam com a minha idade, a ponto de meu próprio pai acreditar que eu os copiava de algum lugar, hoje percebo que a minha compulsão pela escrita se tornou um tanto quanto engraçada.

Um velho amigo já me disse: “Carol, é um perigo andar com você…, você escreve sobre tudo… ai de quem estiver ao seu lado…”. Brincadeiras à parte, jamais publiquei sem autorização. Há quem tema ser assunto de escrita, mas a maioria se sente privilegiada no papel de personagem ou assunto principal.

Recentemente me lembrei de algo inusitado de minha infância. Por vários motivos liguei para minha mãe e questionei o fato do passado. Ela rapidamente me questionou: “Por que? Você não vai escrever sobre isso, né?”. Eu respondi que não, mas em silêncio pensei: “É óbvio que eu vou…, só não vai ser agora”.

Assuntos vem e vão, assim como a devida inspiração. Mas fato é que alguns assuntos demoram um pouco mais. E não é na tela do computador que se prolongam, mas na mente e no coração. Para se escrever, tem que se sentir maduro sobre o assunto.

Entre todo tipo de sentimento que variam entre frustrações, traumas e superações, creio que nada se sobressai mais do que o amor, seja de que tipo for.

E  diferente do que muitos pensam, ser escritor não é estar sentado confortavelmente em um lugar lindo, com uma pequena mesa à minha disposição e todo o tempo do mundo, como lindamente é pintado nos filmes. Até hoje não tenho o meu cantinho para escrever. Escrevo onde dá, quando e como me é possível. O último livro escrevi na casa de meus pais, entre o Natal e o Ano Novo.

Decepcionada pela falta de um lugar onde pudesse me sentar confortavelmente e não morrer com o calor, acabei por escrever no quintal, com uma almofada no colo e o laptop acima, numa cadeira razoável o bastante, apenas para não me doer as costas. Interrompida várias vezes pelo sobrinho de três anos: “Tia Carol, você já pode brincar? Já terminou seu livro?”, eu não sabia se terminava o livro e aliviava o peso na consciência de não brincar com a criança ou o peso de não colocar em palavras a história que já existia em minha cabeça há mais de dois anos. O livro surgiu em sete dias. Em seguida fui brincar!

Demorei a me auto denominar escritora. Auto estima que se formou a trancos e barrancos, amadureceu junto com minhas escritas.

Já escrevi isso antes e escrevo novamente: hoje meus textos não são só meus. Criaram vida própria e foram além. Tocam alguns e muitas vezes voltam com uma história em comum, num comentário ou agradecimento. E hoje eu sei: nasci assim, cresci assim e envelhecerei assim.

Meus olhos não vêem muitas coisas, não percebo quadros na parede, esqueço nomes e me perco com facilidade nas ruas.

Mas nenhum sentimento me escapa. Percebo o profundo e perco o que é raso, do meu ponto de vista.

Não vejo o quadro, mas percebo a zeladora que canta e fala demasiado todas as manhãs, enquanto passa um pano úmido nas paredes.

Também já escrevi isso, mas para justificar as palavras deste texto reafirmo: um escritor escreve porque sente demais, ama demais e sofre demais.

Escrever nada mais é do que colocar para fora o que já não cabe mais em si mesmo.

Dores que só eu sei. Amores que só eu senti.

Vida que não cabe em mim!

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2 Comments

  1. Maurício Ferreira Bento disse:
    23 de maio de 2016 às 10:54

    Carolina, na falta de algo inteligente para dizer; eu diria que “VOCÊ VIU; SIM; O TEMPO PASSAR POR SUAS JANELAS. E VIVEU E VIVE INTENSAMENTE TODO ESSE TEMPO. SORVENDO-O EM GRANDES E SABOROSOS GOLES.” Sensacional o que você escreve…!!!

    Responder
    • Carolina Vila Nova disse:
      23 de maio de 2016 às 19:48

      que lindo seu comentário Mauricio, muito obrigada, me fez muito feliz, um beijo!

      Responder

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