Desde criança somos instigados a pensar sobre o momento em que iremos nos casar e ter filhos, assim como somos motivados a pensar sobre que carreira iremos seguir ou que faculdade iremos cursar. É natural no caminho de todo ser humano se deparar com essas questões um dia. Alguns pensam sobre isto mais cedo, outros mais tarde. Há os que se recusam a pensar no assunto, mas querendo ou não, acabam se deparando com as questões na prática.
Eu penso muito sobre isso, pois sempre me questiono se seria uma mãe melhor, se isto ocorresse agora e não há vinte anos atrás. Se antes eu tinha toda a imaturidade, também possuía a inocência de não me dar conta das dificuldades que aconteciam na época. Eu simplesmente passava por alguns percalços sem realmente me dar conta deles. Porém se eu fosse mãe agora, talvez não cometesse alguns erros. Será? Pois nem sei se a maturidade seria a mesma sem a experiência dos erros cometidos. E não sei se teria a mesma disposição e energia. É difícil concluir em que melhor momento uma mulher está apta a ter um filho e a dar o melhor de si em tal tarefa.
Fato é que a maioria das mulheres desejam ser mãe um dia. Mas qual dia será o melhor para que isto comece a acontecer é algo que ninguém sabe dizer ao certo.
Quanto mais o tempo passa, mais eu sinto que a maturidade e a experiência de vida nos tornam pessoas melhores, tanto para relacionamentos pessoais quanto familiares. Maturidade e jogo de cintura que só vêm mesmo com o “quebrar a cara”.
O mesmo acontece com o casamento, namoro ou seja lá qual for o tipo de relacionamento escolhido. Quem é que se sente pronto e realmente preparado para se casar aos vinte anos de idade? Só mesmo alguém muito inocente, que não tem noção da dificuldade que é. E por isso tantos se casam. E depois descasam.
Injusto é perceber que depois de vários relacionamentos e divórcios é que a coisa fica mais fácil. Não tem jeito: a gente aprende na prática. Por mais que se ouça os mais velhos dizendo como a coisa funciona, é no próprio rumo que se encontra a melhor forma de se relacionar. Porque antes de tudo isso, existe o relacionar-se com si mesmo. Este relacionamento é na verdade o que mais se transforma com o passar dos anos e o que mais diferença faz em todo o resto.
Tanto para ser mãe quanto para se casar, acho uma injustiça da vida, mas tenho que afirmar, que tudo com o tempo parece melhor. Então o que faremos? Nos casaremos aos quarenta e teremos filhos aos quarenta e cinco? Também não seria uma solução, uma vez que aí não haveria a tal experiência de vida. O já ter errado com os velhos parceiros e com os primeiros filhos. É injusto? Parece que sim.
Penso, penso, penso e creio que a vida é simplesmente como ela é, a gente é que rebola e se vira nos trinta como consegue. Além desses questionamentos, também me pergunto sobre como corrigir os relacionamentos errados, quando isso já se tornou desgastado. Conheço pessoas que vivem como verdadeiras prisioneiras de relacionamentos falidos. Alguns em nome dos filhos. Outros por uma covardia inassumida de consertar a própria vida.
Sei que divórcio não é um momento feliz para ninguém, mas também sei que a longo prazo pode ser a melhor coisa para as pessoas envolvidas, que se permitem usar a experiência que adquiriram para seguir em frente, se permitindo uma nova chance.
No fim das contas, é difícil admitir, mas para viver a vida não existe manual algum e nem idade certa para isso ou aquilo. O que há é a coragem de viver o momento presente dando o melhor que se pode dar. O tempo é que ensina e mostra o caminho de cada um.
Talvez não exista hora certa para nada, mas o estar pronto a dar o melhor de si mesmo a hora que for. Sempre.