Atualmente tenho duas contas bancárias: uma em função da empresa onde trabalho e outra em função de um financiamento. A conta conectada ao trabalho é nova desde o ano passado, quando a companhia resolveu trocar de banco. Desde então, muitas das minhas contas tem que ser pagas pessoalmente todo mês. Isso porque a desorganização do banco é tanta, que eu sinceramente já perdi a conta de quantas vezes eu fui até o mesmo, resolver problemas em relação à minha conta bancária.
O problema é que tudo está cada vez mais informatizado. Só que se os programas avançam de um lado, do outro os Hackers avançam também. Se uma senha para cada banco já era de encher o saco, a sensação que eu tenho hoje é que existe uma senha para cada passo bancário. Eu juro que não aguento mais.
Porque meu celular não é muito avançado fui obrigada a solicitar um Token físico no banco. E fui tratada como se fosse uma “dinossaura”: “O que? Token físico? Você não tem celular?” …, “Ter eu tenho, meu rapaz, mas parece que o seu banco não julga o meu aparelho válido para receber o programa de Token virtual”. Eu assumo, que gentileza mediante a isso tudo está ficando cada vez mais difícil.
Por mais que os problemas estejam lá na central, na matriz de cada banco e nos softwares cada vez mais protegidos criados por eles, não dá para entender porque os funcionários ficam tão limitados. Eles não conseguem fazer mais nada, absolutamente nada fora do sistema. Eu não sei se o problema é só onde eu moro ou é mesmo geral.
Quando fui abrir essa nova conta, eu tive que passar por diversos funcionários, com seus respectivos computadores e respectivos acessos e possíveis tarefas. Por exemplo: é um terminal para abrir a conta, outro pra fechar, outro pra habilitar e por aí vai. “Por favor, dirija-se a meu colega, porque este terminal não me permite fazer o procedimento seguinte”. E a gente fica pulando de “terminal” em “terminal”, simplesmente porque não existe um único computador e nem uma única pessoa que consiga fazer tudo. As tarefas foram espalhadas de uma forma tão complicada, que pelo menos a minha vida não facilita em absolutamente nada.
Sinceramente, pensei em trocar de banco. Porém, o outro banco onde tenho o meu financiamento, fica a uns vinte quilômetros da minha casa. Não posso trocar de agência, porque o sistema não permite. Fui classificada de acordo com a localização do meu imóvel financiado. Cada vez que tenho que ir a agência, perco pelo menos três horas de trabalho. Claro que não há outra opção. O banco por um acaso vai abrir a noite, para que eu não perca as minhas horas de trabalho? Óbvio que não.
Depois da minha senha de internet já ter bloqueado três vezes e nunca ter realmente funcionado, eu desisti completamente de usar essa segunda conta bancária. Só transfiro o necessário de uma conta a outra, via caixa eletrônico. E fujo de ter que pisar numa agência que requer tanto da minha pessoa.
Na minha carteira há três cartões bancários, para cada um, uma senha numérica e outra alfabética, além de mais duas para cada um, via internet. Nessas horas eu fico feliz do meu celular não ser bom o bastante, senão provavelmente seriam mais duas senhas por conta de banco.
Se eu tiver um Alzheimer antecipado não sei o que irá acontecer com as minhas senhas. Confesso que muitas vezes tenho que pensar para fazer uma operação bancária. Eu não acho que os bancos tem facilitado a minha vida, muito pelo contrário. Me sinto prisioneira e refém de um sistema absurdamente falho, cada dia menos humano e cada vez mais caro.
Até porque, se um dia eu for assaltada, não sei com o que eu vou ficar mais nervosa, se com o ladrão ameaçando minha integridade física, ou com a minha incapacidade de memorizar tantas senhas. Afinal, alguém avisou o ladrão que esse terminal não faz assalto?
P.Q.P.
Socorro!