Que homens demoram muito mais do que as mulheres para amadurecer emocionalmente, todo mundo já sabe. Mas certas atitudes, ou a total falta delas, eu confesso que ainda não consigo compreender.
Há meses atrás, assediada por alguém que, por bom motivo, acreditava não dever ficar comigo, eu simplesmente deixei pra lá. Então ele começou a me enviar fotos e vídeos sem escrever qualquer palavra. Como o conteúdo era ousado e a estranha atitude persistente, eu acabei o bloqueando de minha rede social. A falta de maturidade emocional não me surpreendeu muito, uma vez que era alguém com pouca experiência de vida e de cidade extremamente pequena.
Mas recentemente vi algo muito similar se repetindo em minha rede. Alguém que me interessava, também tinha um motivo para não ficar comigo e ignorou as minhas tentativas de aproximação. Tempo depois recebi uma foto sua, sem qualquer palavra. Desta vez eu confesso que fiquei chocada. Porque não era alguém inexperiente. E ainda era alguém com uma capacidade incrível de lidar com pessoas.
Percebi que mesmo alguém de sucesso e inteligência emocional acima da média, pode não estar apto a levar para sua própria vida emocional aquilo que prega. Se por um lado fiquei decepcionada com o fato, por outro me fez sentir um grande orgulho.
Eu ainda não tenho o sucesso profissional que sonho ter. Mas possuo domínio de minha vida emocional de forma bastante profunda. Sei exatamente o que quero e o que não quero. Autoconhecimento é para uma vida inteira. Um dia paramos de fazer o que os outros querem, dando lugar a própria voz interior. Não tentamos mais agradar uma sociedade inteira, mas finalmente satisfazer a quem interessa: nós mesmos.
Talvez eu ainda esteja longe de realizar meus sonhos, talvez não. Mas a maturidade emocional que tenho hoje é algo mais importante para mim, do que o sucesso profissional. Maturidade emocional traz segurança, paz de espírito, certeza de quem se é e do que se quer. A segurança de ser si mesmo é algo que não se compra e não se aprende com ninguém, se aprende com a vida. E tem valor inestimável.
Não faço aqui pouco caso da falta de maturidade de ninguém, mas assumo que a percepção atônita da ausência da mesma em pessoa tão incrível, me faz valorizar a minha. Até porque, só eu sei o sentimento que possuo sobre os seis anos que vivi fora de mim mesma. O retorno de ser quem sou de verdade é o que me trouxe a certeza do querer. Minha maturidade teve seu preço alto.
Eu espero um amor tão grande, que quase desconheço. Mas sei o que procuro, porque sei o que tenho para oferecer. Sei quem eu sou, pra onde eu vou e com quem. A vida pode até me surpreender, mas as diretrizes do que quero e do que não quero são muito claras pra mim.
Se o amor que abrigo dentro de mim já era tão intenso a ponto de me sentir só, agora percebo que isso nada mais é do que o resultado do que vivi, o que também gerou a maturidade de ser quem eu sou em todas as áreas da minha vida, com as certezas de minhas características e daquilo que desejo, mesmo com contrariedades alheias.
É uma pena muito grande que seja necessário tanto sofrimento para a maturidade emocional. Pra quem já tem, se contente com o que você é. E nem pensar em culpar os demais pela falta dela. Porque neste caso, quem dita as regras é o viver de cada um.
E nós mulheres maduras, jovens ou não, acabamos numa longa jornada em busca de um semelhante. Dizem que quanto mais o tempo passa, mais seletiva a mulher fica. Fato. Maturidade ensina a dizer não a tudo que não vale a pena, gerando uma possibilidade pequena de escolhas. Mas uma chance enorme de acertos!
E quanto aos dois fatos recentes, só posso dizer que não imagino mulher ou menina alguma fazendo isso. Falta de palavras definitivamente não é algo feminino. Mulher ou menina, a gente descobre cedo o que quer.
E nos casos acima…, nenhuma imagem vale mais que mil palavras. Elas não valem nada.