Quero acreditar que o dia de hoje nos levará a um rumo melhor. Faço questão de escrever, já no primeiro parágrafo, que minhas palavras não irão discorrer em favor ou contra nenhum partido político ou candidato. Minhas palavras são de uma cidadã, que deseja um Brasil melhor para si mesma, para seu filho e para todos os brasileiros.
Apesar de termos vivido dias, que pareceram uma guerra psicológica, insana e de pouco bom senso, fico realmente feliz, em ver que o cidadão brasileiro passou da modalidade “alienado”, para a modalidade “briguento”, no quesito participação política.
Ninguém cresce da noite para o dia. O amadurecimento de uma pessoa, de seu comportamento, seus políticos e de toda uma nação não mudam assim, de um dia para o outro. Mudam aos poucos. E no caso do Brasil, mesmo sem melhoria nenhuma na educação, seu povo está mudando.
Creio que ainda falta muito, mas muito mesmo, para chegarmos a ser um país realmente democrático, justo e dono de conhecimento e respeito à opinião do próximo. Mas vale lembramos, que todo caos precede a ordem. Não se organiza nada sem antes passar pela bagunça, levantar a poeira, chacoalhar os tapetes, mudando as coisas de lugar.
Hoje nos tornamos agressivos e desrespeitosos em relação ao próximo, mas este é um dos passos para se sair do lugar, da alienação e estagnação, rumo a um posicionamento melhor no futuro, quando saberemos argumentar e nos posicionar, sem desrespeitar o direito alheio.
Carrego minha experiência de ter vivido num país, onde o voto é livre, opcional, e mesmo assim, muitos de seus cidadãos fazem questão de registrar seu voto, pois detém o conhecimento de sua importância e o acompanhamento da política e de seus governantes. A política e os cidadãos alemães me pareceram bem mais evoluídos, no quesito cidadania, pois conhecem o poder do voto, protestam como ninguém, sozinhos ou acompanhados. Alemão não precisa de “turma” para expressar o que pensa e acredita ou para iniciar uma discussão ou protesto.
Certa vez, já de volta ao Brasil, me peguei explicando para um colega alemão, sobre a importância do caos que vivíamos no ano de 2015, com o aumento do euro, decorrente de uma crise política, uma vez que fatos inéditos estavam acontecendo no país, como o fato de políticos e grandes empresários serem julgados por seus crimes de “colarinho branco”. A prisão de pessoas importantes foi algo inédito e tão aguardada pelo povo, que até então, não via justiça para essa parte da sociedade. A crise afetou muita gente, aqui e lá fora, mas foi o ponto zero para a mudança da justiça brasileira.
Se o dia de hoje representa o fim de uma guerra, que pareceu interminável nas redes sociais e também nas ruas, pode ser que também signifique o início de outras, caso o candidato vencedor não assuma as responsabilidades como hoje o brasileiro espera.
Aprendemos a brigar, aprendemos o valor de nossa opinião, entendemos o poder que possuímos quando unidos, a voz de um protesto nas ruas, antes, por décadas tão silenciosas. Não nos tornamos ainda o melhor exemplo de cidadãos, nem nossos políticos assim o são. Vivemos o segundo turno da rejeição. Mas devemos celebrar e motivar os novos que chegaram, para que os mesmos e outros, mais novos ainda, não desistam de nós.
Precisamos sim de gente nova. Gente que acredita, que pode mudar este país tão lindo e cheio de potencial. É essencial pessoas que pensem diferente, mas principalmente, que ajam de uma nova maneira.
Independente da vitória do candidato de hoje, a maior conquista é nossa, pois aconteça o que acontecer, hoje sabemos que temos uma voz poderosa, para lutar pelo bem deste país e contra a tão padronizada corrupção.
Hoje, talvez, tenhamos findado uma guerra. E amanhã, pode ser que iniciemos outra.
O importante é o que estamos nos tornando.
Que nossos filhos possam ser ainda melhores do que nós.
E assim sejam os nossos netos.
E sucessivamente.
Que cresça e ganhe o Brasil!