Nunca vivemos uma época de otimismo tão escancarado como agora. Não que tudo que lemos em posts ou publicações seja verdadeiro, pois muito do que se fala ou escreve não tem coerência com as atitudes de quem publicou, mas ainda assim, há de se considerar que vivenciamos uma era cheia de boas intenções. Se são cumpridas ou não, são lá outros quinhentos.
Gosto dos que vivem o otimismo de forma verdadeira. Tento absorver ao máximo esta escolha em minha vida. Mas como diferenciar quem apenas posta otimismo e quem o vive de verdade? Basta observar o que o indivíduo faz. Pois falar e escrever coisinhas bonitinhas está na moda, é fácil e está quase no modo automático, já as atitudes demonstram o que a pessoa realmente é.
O ambiente de trabalho ou no convívio com a família costumam ser bons lugares para esta análise, devido as situações de estresse e a diversidade de pessoas.
Quem é otimista, não escolhe com quem será gentil. Convida a todos para almoçar e não escolhe a dedo quem irá ajudar no trabalho e quem irá trapacear da forma mais discreta possível. Alguns o fazem de forma escancarada e até extra oficialmente.
O otimista não se diz otimista. Ele pensa positivo e isto se reflete na calma que ele tem dentro de sua cabeça, enquanto o mundo do lado de fora está um caos. O falso otimista sorri para alguns e fala de outros pelas costas. Fala baixinho, mas se rói por dentro numa energia pesada que se sente de longe. Basta que se preste atenção, mas se você for otimista, nem vai se preocupar com isto.
Apesar do otimismo ser algo muito bom, há de se prestar atenção a linha tênue que separa o otimismo da alienação, conformismo e burrice.
Tem gente que não enxerga um palmo diante do nariz. Insiste em ver o “copo meio cheio” quando o mesmo está transbordando toxicidade.
Tudo na vida é uma questão de equilíbrio. Toda característica pode ser positiva ou negativa, dependendo da intensidade!
Bonzinho demais é bobo!
Exigente demais é agressivo!
Resiliente demais é conformado.
Paciente demais é passado para trás.
Toda qualidade, ainda que seja vista como algo bom tem que ser dosada.
Tem gente que está numa situação ruim e estagnada em lama há décadas, não consegue sequer assumir sua pobreza de vida e ainda se diz otimista.
Não, meu bem! Otimismo é força, garra, pensamentos positivos sobre o que não podemos mudar.
Aquilo que deveríamos mudar, não mudamos e ainda nos posicionamos como otimistas, é covardia, conformismo e alienação.
Desde muito cedo, me incomodei com pessoas que estavam sempre reclamando das mesmas coisas. Esta análise me levou a nunca ficar no mesmo lugar. O emprego está ruim? Muda! A relação não é boa? Muda! A casa não agrada? Muda!
A vida é muito curta para se aceitar o que podemos mudar. E se torna hipócrita quando não mudamos e chamamos isso de otimismo.
Preste atenção em primeiro lugar em você mesmo, para não ser este cego que se considera lindo e maravilhoso, supostamente apto a dar conselhos para os demais, quando não passa de um alienado de si mesmo.
Vida é para ser vivida! Em abundância e com otimismo, não com otimismo barato, mas verdadeiro, aquele que anda de mãos dadas com a coragem!
Bora lá!
Tira a venda dos olhos e segue!
Dói, mas enfrente.
E depois, em frente!