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As flores de plástico do meu pai
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A penitência pela nossa juventude?  A juventude de nossos filhos!

25 de julho de 2016
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            Se num passado distante, podemos nos lembrar das discussões e argumentações com nossos pais, certamente no presente, temos a fresca memória de tudo que tentamos, por vezes em vão, passar para nossos filhos. Ainda que todas as gerações diferenciem-se entre si, os valores e sentimentos costumam ser os mesmos: zelo de pai e mãe, sabedoria de avô e avó e crença do filho (a) adolescente, de saber mais do que todos os anteriores juntos.

            Como quase tudo na vida, filho não vem com manual de instrução. Cada um é um ser humano único e diferente, com necessidades diversas das nossas e sonhos muitas vezes opostos. Ainda que andemos todos em busca da tal felicidade, o que é a realização para um, pode vir a ser pesadelo para outro. E assim por diante.

            Meu pai, certamente, queria ter me visto médica ou advogada. Profissões que formam doutores e pessoas bem sucedidas na maioria das vezes, mas que nunca chegou nem perto de ser algo agradável à minha personalidade. Percorri caminhos estranhos, tortuosos e não muito claros. Dei passos por mim mesma, quase sempre independente dos conselhos que recebi. E algumas vezes imposições, que surtiram efeitos absolutamente contrários.

            Nunca fui grande transgressora. Mas transgredia de meu mundo, sendo o que queria ser. Dona de mim mesma, num tempo em que supostamente os pais deveriam ter sido, já era ato revolucionário.

            Mas hoje os tempos são outros. A geração X, da qual faço parte,  respeita mais as vontades dos seus filhos. Demos de tudo aos nossos rebentos da geração Y e impusemos neles mais direitos do que deveres. Tiramos assim um pouco da garra que nossa própria geração esbanjava. Ficamos diferentes daqueles que criamos para serem iguais: os nossos.

            Querendo ou não, parece haver uma lei natural da vida, que coloca todos nós, de geração em geração, a repetir as mesmas histórias. Quando crianças, vemos em nossos pais os heróis. Na adolescência, eles deixam de ser os mocinhos e passam para o papel de vilões. E só na vida adulta, quando também nos tornamos pais, é que deixamos de lado as fantasias infantis e adolescentes e finalmente os enxergamos como realmente são: seres humanos comuns, vulneráveis e frágeis. Exatamente como nós mesmos.

            Num ciclo que nunca se finda, os novos seres sempre acreditam que serão melhores que os anteriores. E felizmente o são em vários aspectos. Num mundo em evolução, o que muda de uma geração para outra, certamente, é o que melhor se adapta a um mundo em constante transformação.

            Já adultos, temos consciência, de que nem tudo que vem com as novas gerações é melhor do que o das anteriores. Sempre há perdas e ganhos. E sabedoria é qualidade que se adquire com a vida e com o tempo. Não são conselhos que a imputem em alguém. E por isso mesmo, estamos fadados a continuar este ciclo de constantes estranhamentos e dificuldades entre uma geração e outra.

            Aqueles que já tem seus filhos razoavelmente crescidos vivenciam essas palavras de forma clara. Não há escapatória de tão árduo destino.

            Ironia ou não, deve ser a sabedoria da vida, que nos faz pagar hoje, o que um dia fizemos. Pagamos através de nossos filhos o que também fizemos para nossos pais.

Simplesmente uma penitência natural da vida.

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