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A vida passa pelos nossos olhos

15 de fevereiro de 2017
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Após uma maratona de visitas em apartamentos para uma escolha rápida, me peguei, me lamentando a uma pessoa querida sobre o fato da minha sacada não ter a melhor vista que havia visto. E citei: “a vida passa pelos olhos”. Na tentativa de me fazer entender.

Se anteriormente eu nem sacada havia tido, foi exatamente este o fato que me fez perceber a importância daquilo que agrada aos olhos.

Não consigo sequer imaginar o que é ser cego. Torço que a maioria seja de nascença, que nem se saiba o quanto é verdadeira a afirmação que fiz, de que a vida passa pelos nossos olhos. Imagine: qual a diferença entre a vista da sua sacada dar para várias árvores ou para uma comunidade? Você se sentaria na sua sacada sem qualquer distinção? E nem vou mencionar aqui o preconceito que se tem em relação à vizinhança menos abastada, mas apenas a vista que a mesma é capaz de exercer. Qual é a sua preferência?

Por algum motivo, ou vários, dou muito valor para o “estar ao ar livre”, sentindo a brisa no rosto e principalmente a possibilidade de ver o balançar das árvores e plantas com um vento qualquer. Seja por ser interiorana ou não, a sensação de aprisionamento durante um dia inteiro de trabalho e de quase todos os dias de minha vida, me fazem exigir um lugar aberto, quando em momentos de lazer.

Nossa sociedade nos impute o viver enclausurado em prédios e apartamentos pequenos e quase sem vida. Não sabemos mais o que é o vento, a chuva, o entardecer ou o amanhecer; o estar e ser vivo. Vivemos em função do relógio e do trânsito, enquanto que a natureza quase nada mais tem a ver com o que fazemos ou decidimos em nosso dia-a-dia. Cumprimos nossos deveres e ponto. Pouco mais nos encantamos ou ainda vemos um pássaro numa árvore ou um pôr-do-sol avermelhado. Nos tornamos tão sem vida, quanto as imagens que olhamos num cartão postal e julgamos serem bonitas por serem similares às verdadeiras. Quando vemos uma imagem que nos toca, nossa maior preocupação é fotografar ou gravar o momento, mais do que apreciar e vivenciar o instante.

A vida passa pelos olhos num instante: no animalzinho de estimação, no inocente brincar de uma criança, no voar de uma borboleta ou ainda no colorido das flores numa estação de primavera. O quanto ainda somos capazes de nos encantar com o passarinho que pousa sobre nosso carro, mais do que a preocupação de que o mesmo suje a lataria do veículo? Ou com a árvore do vizinho ou de nossa calçada, que trás folhas todos os dias a serem varridas?

Apesar de nossos invertidos valores, ainda temos uma alma a gritar em nós pelo que realmente nos acalenta e preenche o ser: a sublimidade da vida, da natureza, daquilo que não se paga. Um nascer do sol, uma lua cheia, uma tempestade de verão, um bando de mico-dourados ou tucanos andando ao ar livre por entre árvores. Um simples beija-flor.

A cegueira de nossa correria e stress tão naturalmente encaixados em nossas vidas não nos permite mais a busca e prioridade por esses raros momentos. Mas a nossa essência ainda se rende aos prazeres do olhar. Não um olhar apenas, mas a conexão com o que somos. Seres da natureza e não máquinas ou parte de redes sociais e virtuais.

Entre um momento enlouquecido e outro, pertencentes a uma sociedade ensandecida, satisfaçamos a nós mesmos nos poucos instantes de lucidez que nos restam: o contato com a natureza, com o vivo, com o ar batendo no rosto e o verde das plantas enchendo os olhos, bem como a luz do sol que nos cega os olhos, mas dá luz à nossa verdadeira razão de existir.

https://www.youtube.com/watch?v=kpiVf81oKtE

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