Inferno astral. Até o ano passado, eu nunca tinha ouvido falar desta expressão. Mas nos trinta dias antecedentes ao meu aniversário de 2014, eu entendi na prática o que isto significava.

Segundo a astrologia, os trinta dias antes do “cumpre anos” representam a passagem pela última casa do zodíaco antes do nosso nascimento, a casa 12, que representa o carma, sofrimento, doenças e preocupações. Porém, a conjunção dos planetas nesta fase é decisiva, vindo a se tornar algo realmente difícil, ou não.

Também já ouvi a seguinte explicação: os trinta dias antes do aniversário nos remete aos trinta dias antes do nascimento, fase de incertezas e muita ansiedade por parte de nossas mães. Fica gravado em nossa memória todas as sensações do pré-nascimento.

Para os mais otimistas o inferno astral simplesmente não existe e é encarado apenas como uma fase necessária para que uma nova fase venha a acontecer. Alguns astrólogos preferem chamar a fase de “inverno astral”, afirmando que em seguida vem a primavera.

Acreditando ou não, alguns especialistas aconselham para os fatídicos trinta dias, um momento de interiorização e espiritualização. Um momento de “fechamento”: fazer o balanço e rever tudo o que aconteceu até ali. Um tempo para si mesmo, com muitas reflexões. Mas decisões e novos projetos, melhor mesmo, só depois do aniversário.

Confesso que acredito em astrologia. Pelo fato de ver tantas informações verdadeiras como as características das pessoas pelos signos e como elas se combinam. Não levo a ferro e fogo, mas que certas coincidências são inexplicáveis, ah , isso são.

Uma delas foi quando percebi, num determinado momento da minha vida, que as últimas três pessoas com quem havia me relacionado eram do signo de leão. E numa outra fase, os que me interessavam eram todas do signo de capricórnio. Eu nunca saí por aí perguntando o signo de ninguém, mas por algum motivo, que eu não sabia explicar, parecia que cada fase da minha vida era marcada por um determinado tipo de pessoa.

Mas com ou sem explicações, fato é que no ano passado, os meus trinta dias antes do aniversário foram caóticos. Eu fiquei doente várias vezes, fui rude com uma colega na faculdade ( o que não é do meu feitio), briguei com uma pessoa querida e tive muitos problemas no trabalho e em casa. No dia da comemoração, com uma amiga que é nascida no mesmo dia, muitos colegas de trabalho pretendiam comparecer à festa. Porém, no final do expediente, quase na hora da festa, uma terrível tempestade nos presenteou, destelhando e alagando casas na cidade, inclusive de amigos que iam à comemoração.

Alguns dos nossos colegas atribuíram a tempestade à falta de sorte minha e da minha amiga naqueles dias. A festa até aconteceu, mas muita gente não pode ir por que ainda estava limpando a casa, suja pela água do temporal.

Eu sei que mais coisas aconteceram durante aqueles dias, mas fico feliz por não me lembrar de tudo. Mas parece que algo ficou realmente registrado em minha memória.

Hoje acordei com uma tristeza, uma vontade de chorar e uma saudade não sei do que. Dirigi meu costumeiro trajeto até o trabalho com lágrimas nos olhos. Passei a manhã toda sensível e fora do meu normal.

Coincidência ou não, então eu me lembrei: hoje é o primeiro dia dos trinta.

É… é rezar para que passe logo.