Muitas notícias foram anunciadas sobre os sírios nos últimos anos e a cada dia isso tem se tornado mais e mais acirrado. Não é pra menos. O país está em guerra civil há quatro anos. Desde 2011 estima-se que 240 mil pessoas morreram, dentre elas 12 mil crianças. Hoje são 4 milhões de refugiados sírios, tendo se tornado a maior população de refugiados no mundo.
A crise é séria e eles não estão sozinhos. Dentre os países que estão criando refugiados em maior número estão também Afeganistão e Somália.
Vários países estão se mobilizando para discutir o assunto e toda a polêmica que isso gera. Estarão os países de portas abertas para esses refugiados? Existe emprego, moradia, escola e hospitais para essas pessoas? A população dos países invadidos está disposta a receber essa nova gente? Por que os sírios vão para a Europa e não para outros países? Haverá uma invasão da religião muçulmana no futuro?
Entre tantas notícias, vemos situações e opiniões extremas. Recentemente uma cinegrafista húngara chutou uma criança e fez com que outro senhor tropeçasse durante uma travessia onde dezenas de refugiados fugiam da polícia.
Na Islândia, considerado o melhor país da Europa para se viver, o governo autorizou apenas 50 refugiados no país. Uma escritora se mobilizou e fez um site aclamando a população para que recebessem os sírios em suas casas. Mais de 11 mil pessoas aderiram a mobilização e disponibilizaram seus lares para receber os refugiados.
Na Alemanha, centenas de refugiados foram recebidos com aplausos e cartazes de boas vindas na cidade de Dortmund, seguido de alimentação num local devidamente organizado para eles. Um senhor chorou com a receptividade.
No Rio de janeiro um padre abrigou em sua paróquia oito sírios muçulmanos e abriu vaga para mais quatro.
O Brasil se disse estar de portas abertas para receber os refugiados sírios. Algo que não será totalmente novo, uma vez que o país já recebeu milhares de haitianos e os pedidos de refúgio aumentaram mais de 930% entre os anos de 2010 e 2013, sendo eles em maior parte da África, Ásia e América do Sul.
Não há dúvidas de que é uma crise mundial, pois afeta de uma maneira ou de outra o mundo todo. Todo país já tem seus problemas, alguns mais, outros menos. Se já falta emprego, irá faltar mais. Se já existe escassez, então esta irá aumentar. E assim por diante.
Mas dois fatos devem ser ressaltados.
Primeiro, deve se lembrar que todos serão afetados por isto, de um jeito ou de outro, em algum momento. Virar as costas para o problema ou ignorar o assunto não faz com que essas pessoas desistam de lutarem por suas vidas. Se os países abrirem as portas ou não, elas continuarão chegando. Há de ser feito em todos os países planejamentos para que isso aconteça sim, que se defina em que escala, onde, quando e como.
Em segundo lugar, nós, seres humanos, devemos lembrar que essas pessoas estão fugindo da guerra e da fome. Qualquer um de nós faria o mesmo no lugar delas. Tentaríamos salvar nossos filhos de bombas, fome e violência a qualquer custo.
Será um problema para todos? Sim, será. Pode ser que a vida fique bem mais difícil. Dividir o pão nem sempre é fácil, mas já nos foi ensinado há milhares de anos.
Mas claro, nem todo mundo aprendeu.
Uns abrem suas casas. Já outros colocam a perna para ajudar a tropeçar.
E no fim, cada um dá o que pode, o que tem para oferecer daquilo que possui dentro de si mesmo.