A quantidade e diversidade de programas de televisão hoje me faz perceber como os sonhos e objetivos das pessoas podem ser diferentes. Certa vez, me peguei reclamando por dentro, da quantidade de bobagens que havia disponível para se assistir, porém, logo em seguida eu concluí que não eram apenas bobagens, mas uma possibilidade infinita de reflexões: como somos todos tão diferenciados, com hábitos, metas e desejos tão variados. Como absolutamente tudo pode ser diferente de um ponto de vista: nos detalhes. E ao mesmo tempo tão igual: no geral, no desejo humano de ser feliz.
Desde os chefs de cozinha até os soldados grandões, tatuadores, colecionadores de carros, de antiguidades, caçadores de fantasmas, de extraterrestres e tanto mais. Há quem reclame de alguns “Reality Shows”. Confesso que também não gosto de muitos, mas há uma gama incrível de comportamento e psicologia há ser observada através desses programas: desde um único ser humano, até uma sociedade inteira. E não se engane. Em algum, ou alguns pontos, querendo ou não, todos iremos nos identificar.
Um programa que faz muito sucesso no país e em todo o mundo é uma competição de audição. Vozes que cantam e encantam buscando reconhecimento. Tanto adultos quanto pequenos.
Fato é que esse tipo de entretenimento emociona. E eu não acredito ser apenas pelas vozes bonitas que deles participam, mas a garra de quem sabe desde cedo qual o seu sonho e seu objetivo de vida.
Certa vez, após a libertação de um sequestro, um famoso brasileiro disse em entrevista: “Minha sorte foi ter descoberto o que eu queria ser aos dezessete anos de idade”. Na época eu ainda não sabia o que queria da vida e me identifiquei imediatamente com sua frase. Porque mais difícil que correr atrás de um sonho, é primeiro descobrir qual é este sonho.
Fácil é saber que todos queremos ser felizes. Sim. Mas o que trás felicidade plena a cada um de nós? Para uns é cantar, para outros é cozinhar, para algumas é ser mãe, para outras é viajar o mundo e tanto mais.
Fato é que a vida se torna mais leve quando descobrimos, cedo ou tarde, para que viemos. Ninguém sabe ao certo o porquê, como e para que. Mas simplesmente chega um dia, em que descobrimos em nós mesmos, aquilo que nos satisfaz a alma, assim como eu descobri que seria escritora somente aos trinta e seis anos de idade. Apesar de escrever desde criança, apenas muito tempo depois é que percebi a dádiva que tinha em mãos.
Por muito tempo senti inveja daquelas pessoas que desde pequeninas afirmavam o que seriam ser quando crescer: “Eu vou ser médico, eu vou ser enfermeira, eu serei engenheiro, etc”.
Walt Disney queria ser produtor de animações numa época em que tecnologia quase nem existia e ele não tinha nem um tostão. Hoje todos sabem quem ele é. Bill Gates deu uma entrevista e afirmou que sempre seremos criticados por seguirmos nossos sonhos, até mesmo por familiares mais próximos. Nikola Tesla, responsável pelo sistema de distribuição elétrica usado em todo o mundo, teve como seu inimigo o seu ex-chefe: ninguém mais, ninguém menos que Thomas Edison.
A história de quem alcança seus sonhos e se torna conhecido por isso têm nos mostrado que na hora de correr atrás de um sonho, nada deve nos desanimar. E a pessoa que mais deve acreditar nesses desejos somos nós mesmos.
Ninguém nasce sabendo como chegar lá, mas todos temos conhecimento de que ninguém irá percorrer este caminho em nosso lugar.
Eu descobri um pouco tarde, mas nada me faz mais feliz… ainda que por vezes não venha nem um tostão, que alguns queridos me desanimem e até outros desejem ser meus inimigos.
Correr atrás de um sonho às vezes se torna mais do que um objetivo de vida. Torna-se a própria vida!