Quantas vezes você já se fez esta pergunta?
Chegou à uma resposta?
Quando jovem, eu costumava acreditar que se o lugar não estava bom para mim, era hora de mudar. E não tinha medo algum: mudava de trabalho, trocava a faculdade, a cidade e até mesmo os relacionamentos. E lá se foram muitas aventuras, algumas desvairadas, mas todas de grande aprendizado.
Com o tempo, aprendi a ser menos radical e bem mais resiliente. Afinal, não se muda o mundo e nem as pessoas, mas apenas a nós mesmos.
Será? Até que ponto isto é verdade?
A maturidade e tapas na cara também nos deixam traumatizados, apreensivos e com medo. Por vezes, imaginamos estar sendo cautelosos, quando na verdade estamos adiando uma mudança benéfica e necessária.
Em tempos de transição planetária, de uma nova era e de discursos espiritualistas e de otimismo sem fim, não se vive mais o desperdício do tempo.
Felicidade e plenitude não duram para sempre, mas sofrimento e solidão também não deveriam durar mais do que o que faz feliz.
Recentemente, vivi uma situação que acabou durando mais do que deveria em minha história. Estava numa situação em que não gostava e num ambiente que hoje, mais do que antes, percebo que era hostil à minha maneira de ser e pensar.
Por forças externas me retirei, quando poderia ter me retirado antes, pelas minhas próprias decisões. Com gratidão e respeito pelo lugar e ensinamentos, mas com o devido fim.
Não temos vida a perder. O tempo tem passado mais do que nunca. O viver se esvai a cada dia, bem como as possibilidades de se ter os poucos momentos que fazem toda uma vida valer a pena.
É importante a fé de que uma mudança de rumo sempre nos levará a um lugar melhor, mais apropriado ao que se é, se pensa e se acredita.
Quantos de nós estamos vivendo em lugares inadequados ao que somos? Forçando um encaixe que jamais irá acontecer? Estamos indo na contra mão de tudo que acreditamos em nome da sobrevivência ou dos desejos e regras de uma sociedade com valores distorcidos.
Se não formos nós mesmos a consertar as nossas vidas, quem o fará? Com sorte, o destino! Mas pode ser que até este momento oportuno, mais de você mesmo já tenha se perdido.
Depressão é um sinal de dor, do desencontro consigo mesmo, numa sociedade que nos força ao irreal, invertido e superficial.
É responsabilidade nossa a pergunta deste artigo, bem como sua resposta e a mudança para o lugar que seja, que torne esta resposta um sorridente “sim”: – Eu estou no lugar certo! Sendo quem sou, sendo quem desejo ser e vivendo os valores que acredito!
Estar no lugar certo é a plenitude da fé, da crença de que o fluir da vida acontece em nós mesmos, quando por dentro tudo está no devido lugar.
O resto é fluidez.
Segue como um rio!