Poucos dias atrás, achei engraçado ver no Facebook uma foto de um rosto expressando cinismo com o seguinte dizer: “Sou eu…, me preparando para o cinismo das festas de fim de ano…”.
Sabemos que o fim do ano é um momento esperado. Cada um com seus motivos. Um ciclo que se completa, as férias e o verão chegando, o merecido descanso, natal, perspectivas de um novo ano, presentes, festas, além dos encontros familiares e de amigos. Tudo pode ser considerado um bom motivo. Dependendo de cada um e de cada história.
Lá em casa, o natal sempre foi comemorado em família. Longe de ser uma festa perfeita, todo o ano é a mesma coisa. Muito stress durante a preparação das festas e suas expectativas. Mas no fim dá tudo certo. A família é o que importa. Pelo menos para mim, a única que há anos saiu da pequena cidade e vive longe a maior parte do tempo.
Ontem eu vivi uma experiência única. Há quase dois anos na empresa onde trabalho, fui para a minha primeira festa de confraternização de fim de ano. Eu sabia que ia ser bom. Afinal, se já é bom todos os dias, numa festa não poderia ser diferente. Mas o mais gostoso de tudo, foi perceber que foi ainda melhor do que o esperado.
Entre danças, música, comida e bebida, as risadas de pessoas tão únicas, que se tornaram especiais na minha vida. A bebedeira de um, com o carinho e atenção de outro. A risada de uma roda que chama e contagia a outra. A indistinção de cargos, num momento que se tornou um evento de confraternização sincera. Tenho consciência do privilégio que possuo: de trabalhar num ambiente saudável, de amigos e pessoas tão queridas.
O que uma empresa ganha investindo numa festa de fim de ano? Uma festa onde não há clientes e nem venda de produtos? Ganha na gratidão de seus funcionários, que mesmo cansados no final de mais uma etapa, deixam suas famílias de lado para mais um dia inteiro com os colegas de trabalho. Será que faz mesmo sentido?
Para mim fez. Ultimamente, brincando com o fato de não mais conseguir me “arrastar”, devido ao cansaço, senti que essa festa foi bem mais que comer, beber e me divertir. Mas uma chance de rir com as pessoas mais presentes no meu dia-a-dia, num momento tão importante na vida de cada um: o final verdadeiro de um ciclo único, um ano que nunca mais irá se repetir. Uma energização para um novo recomeço.
A ideia da confraternização, de confraternidade, que é clara já no nosso dicionário: União, boas relações entre os membros de uma associação ou corporação. Mútua amizade de irmãos.
As confraternizações de fim de ano devem celebrar tudo o que construímos de bom com os que nos são caros: familiares, amigos, colegas de trabalho, vizinhos ou seja quem for, que faça parte do nosso dia-a-dia. Celebrar o que foi conquistado também é um ato de amor. Gratidão por tudo que a vida trouxe, já agradecendo por tudo que virá.
Mais conscientes do que esses eventos, já tradicionais em nossa sociedade, podem significar, saibamos aproveitar esses instantes, curtindo o momento verdadeiramente. Afinal, ainda que essas festas se repitam no ano que vem, pode ser que as pessoas à nossa volta já não sejam as mesmas, nem os momentos e nem os feitos. Cada ano vem como uma caixinha de surpresas.
E a gratidão nos deixa abertos para novas oportunidades. O cinismo, ainda que engraçado, não nos leva a nada.
Feliz fim de ano pra você!