Não sei como acontece com outros escritores. Mas eu, logo que comecei a escrever, acreditava que entre as pessoas à minha volta, encontraria o meu maior número de fãs e propagadores do meu trabalho. Conforme o tempo foi passando, percebi que estava enganada. Meus maiores fãs não são familiares e nem amigos, mas pessoas que se conectaram com minhas palavras de uma forma, que parecem sentir que são parte delas.

            Apesar de existir uma pequena decepção sobre a ausência dos que imaginava ter ao meu lado, a situação mostra ainda mais a sinceridade daqueles que me seguem, em cada texto e em cada livro. Se fosse um amigo ou familiar, poderia ser que fosse apenas por este motivo. Por outro lado, pessoas que antes eu nem conhecia, e que hoje fazem parte da minha vida, não tem motivos secundários para me apoiarem. Se o fazem é porque realmente gostam. Há sinceridade nesta relação!

            Se antes eu buscava leitores entre os meus, hoje eu busco em lugares novos e desconhecidos. Publico meus textos, opiniões e histórias a quem quer que seja, a quem quer que deseje ler. A internet nos permite livre divulgação. (Embora eu esteja bloqueada de minha rede social há semanas, por razão não muito clara: “Você não se autenticou o suficiente!”). ???

Impedida de publicar minhas matérias nos grupos tão seletos que compartilho, ainda assim não desisto de encontrar novos leitores. Gosto do grupo de pessoas que encontrei: autores independentes, escritores, poetas e intelectuais à busca dos seus. Todos buscando seu lugar ao sol.

Já não mais como escritora novata, sinto a independência de não esperar nada de ninguém. Percebi, que como em tudo na vida, o que tiver de ser, será. E quem tiver de ser, também. Encontrei dentre meus assíduos leitores, pessoas da minha cidade natal e muitas pessoas queridas, que vim a conhecer pessoalmente depois; depois da afinidade que estas sentiram em minhas palavras. Amados de Portugal, que compartilham meus textos como verdadeiros colegas de trabalho. Muitas vezes sinto que somos uma equipe. E esse sentimento é da mais profunda gratidão.

Dentre tantos leitores, alguns se destacam sim, pelo carinho que me destinam através de seus comentários, relatos via “inbox”, na leitura dos livros e das matérias que acompanham sem cessar e ainda as compartilham, sem que eu precise fazer um pedido sequer.

Eu descobri que o leitor pode até ser inicialmente um desconhecido, mas a cada palavra sentida, tocada em sua alma, ele se torna um amigo, um companheiro na minha jornada, tão minha, que nem todos poderiam entender. Mas quem sente, permanece ao meu lado, começando então, a fazer parte de minha história.

Eu busco leitores sim. E não apenas compradores. Busco pessoas que leiam minha alma através de meus trabalhos. Busco seres tão humanos e sofridos, que sintam suas feridas cicatrizarem ao descobrirem uma história similar às suas, uma dor compartilhada com a lição aprendida, os amores não correspondidos, as frustrações da vida e as perdas que tanto nos marcam.

Procuro leitores sim! Mas mais os de qualidade do que quantidade. Porque o meu leitor não lê apenas histórias, mas lê a minha alma: nua e escancarada. E a acompanha, quando irmã dela se sente.

Eu busco leitores, porque neles tenho encontrado a razão da minha existência como escritora. E outras vezes como pessoa. Eu busco leitores, porque eles têm me dado a razão de toda e cada palavra por mim escrita.

E a cada novo leitor, novas linhas que nascem…