Se 2017 finalizava para mim com alívio, devido ao peso que havia sido, 2018 chega ao seu fim com uma sensação de compensação. Não que tenha sido fácil. Aliás, esta parece ser uma palavra que não faz parte do meu dia-a-dia. Porém, 2018 foi o ano do vento mudando de direção.
Olho à minha volta e me pergunto sobre como as pessoas estão vendo este momento. O ano que parece ter acontecido mais rápido do que nunca, as mágoas e decepções pós duras eleições, a possibilidade de descanso junto às festas, a reunião com a família, simplesmente os presentes de natal ou ainda as férias…
Imagino que a maturidade de cada um é o que faz a diferença na hora de encarar e sentir o que este momento realmente significa. Num nível de consciência melhor do que ontem, me alegro com quem eu me tornei e com quem ainda pretendo me tornar. As novas crenças e características que chegam devagar e vão se instalando me permitem ser uma pessoa melhor e por fim sentir a vida de uma maneira mais leve.
Solicitude, independência, fé, amor e valores que deveriam ser desde sempre os mais fortalecidos, mas que só com o passar dos anos é que passam a ter significados mais sólidos e enraizados em nós mesmos.
Gosto da sensação do Natal chegando, das pessoas mais felizes e gentis, as ruas enfeitadas e as lojas com seus papais-noéis suados e as músicas mais altas do que deveriam. Enfim, chega o Natal barulhento e quente do Brasil.
Ano após ano, lá estamos nós, refletindo tudo o que se foi e o que se fez e planejando o que se pode fazer de melhor. Entra ano, sai ano, com o tempo vamos percebendo que os que estão ao nosso lado são quase sempre os mesmos. Uns chegam, outros vão e há os que se foram, deixando saudade.
Conforme o tempo passa, mudam-se os valores e a percepção sobre a vida, nos tornando então pessoas totalmente diferentes do que já fomos um dia. Nos vemos cada vez mais parecidos com os nossos pais, saudosos dos momentos que passaram e mais resilientes em relação ao que virá.
Nos damos conta, de que envelhecer não é uma coisa só. Ao mesmo tempo em que se tem que se acostumar à perda da vivacidade e com os novos reflexos no espelho, há a aquisição da sabedoria. Perde-se de um lado, ganha-se do outro. Não há beleza e juventude que supere o sublime de uma mente consciente e com propósitos definidos, a clareza do tempo. Ainda assim, fica o pesar de não possuir ao mesmo tempo, sabedoria e juventude.
O que esperar do ano que chega? Já aprendi, que a vida tem mais conexão com as minhas atitudes, planos e desejos do que com a própria sorte ou destino. Não temos controle sobre nada, mas a velha frase “colhe-se o que se planta” se mostra mais verdadeira do que nunca. Sem falar no peso dos velhos erros, que levam anos de reparação.
Viver, no fim, não é muito fácil. Passamos a vida nos equilibrando entre os bons e maus momentos, os muitos de nós mesmos e as alternâncias entre a fé e a vontade de desistir.
Entra ano, sai ano, a única coisa que muda de verdade é o que somos e a atitude que temos sobre a vida. Mudamos por dentro. E descobrimos que só assim se muda o resto.
Que sejamos o melhor que podemos ser!
Feliz Natal e Feliz 2019 para todos nós!