A multidão me aflige. Fujo de estranhos, barulhos e dezenas de movimentos.

Não me agradam os papos-furados, opiniões sobre tudo e sobre todos, com comumente prepotência e superficialidade.

Me agrada o silêncio, a solidão de minha própria companhia e o canto dos pássaros quando chega a manhã.

Prefiro a companhia de quem já aprendeu que no sentir se ouve mais palavras do que em qualquer discurso.

Não aprecio status, ostentação, hierarquias sociais, bagunça generalizada. Me conforta a solitude e o silêncio que poucos neles se reconhecem.

Gosto da espiritualidade da natureza, do fechar dos olhos numa brisa ou no mar.

O barulho do vento nas árvores que dançam sincronizadas.

Das pessoas que ficam em meio as minhas próprias tempestades. Dos poucos que aceitam minhas imperfeições e por nada me julgam.

Gosto de perceber o passar dos anos, mesmo em minha face e em meu corpo, mas mais ainda nos que permanecem comigo,  nos valores que ficam e se fortalecem. No amor que chega, no ódio que acaba, nas pequenezes que deixam de existir.

Na certeza que vem com o silêncio do que realmente vale a pena. Os poucos amigos, a família, o trabalho que dignifica, as dificuldades que ensinam, a maturidade que segue com o fluir da vida, seja como for.

Amo o silêncio que me ensina e a solidão que me torna a melhor de todas as companhias. O nadar nas águas que lavam a minha alma enquanto canto por dentro a vida.

O amor próprio que mora em minha companhia e se expande atraindo o mesmo que sou capaz de vibrar.

Quanto maior o silêncio, maior o acesso à sabedoria.

Quanto mais sozinha, maior o reconhecimento de mim mesma.

E assim cresço!

Só e em silêncio!