Do tempo em que morei na Alemanha, posso mencionar pelo menos duas experiências marcantes que tive sobre crença e religião.
Num país de maioria atéia, tive a oportunidade de conviver com muçulmanos de diferentes países como Líbano, Turquia, Tunísia, Síria, Egito, Irã, dentre outros.
Era de meu estranhamento ver algumas muçulmanas defendendo a sua própria subjugação e submissão, enquanto outras aproveitavam a força do país para se libertarem. O fanatismo de alguns era tanto, que usavam de qualquer instante para fazer discursos políticos e religiosos defendendo sua crença como a única salvação.
Creio que o ápice deste fanatismo, para mim, foi assistir profissionais alemães tentando entrevistar muçulmanos sobre a sua própria causa e alguns desses impedir a entrevista por se afirmarem superiores às pessoas que estavam ali. Embora residissem em território alemão, falavam em alto e agressivo tom o fato de os alemães serem mundanos, perdidos e condenados.
Por outro lado, algumas vezes frequentei o culto de uma igreja protestante, que no final do evento, sempre anunciava os convites da igreja católica da cidade, estimulando os irmãos a frequentar também a missa e os cursos da igreja “irmã”. Eu nunca tinha visto algo parecido. E aquela pequena igreja passou a ser para mim o melhor exemplo de tolerância religiosa e amor que já tinha visto, como igreja.
Infelizmente, não só na Alemanha convivi com o fanatismo religioso. Em território brasileiro isso vem a ser muito forte e por vezes, enrustido e ou de extrema ignorância. Quando políticos usam da religião e ignorância de seus fiéis para alcançarem seus objetivos, bem como pessoas queridas e que pensamos não nos julgar segundo sua própria fé, mantém em silêncio seu julgamento, consequente condenação e exclusão.
É muito triste saber o que pregam muitas igrejas sobre a sua suposta superioridade, como local exclusivo de salvação e “escolhidos” de Deus. Pobres de nós, os que não frequentam as igrejas, os que nunca chegaram perto de uma ou nem tiveram educação para ler as escrituras, estamos todos condenados.
Triste é a constatação do que somos aos olhos dos que julgam a todo instante.
É muita gente fazendo papel de Fariseu enquanto muitos que nem na igreja estão são mais capazes de amar ao próximo como foi ensinado há milhares de anos.
Na prática, o que faz a diferença é o não falar e julgar e o amar com atitudes.
Amor não deveria ter etiqueta, marca ou placa numa faixa de entrada .
Amor é o que se faz, o que se pensa e principalmente o que se faz.
O papa Francisco tem sido um exemplo, com sua genuína intenção de nos abrir os olhos através de seus discursos sobre a união religiosa ao invés da intolerância entre as diferentes formas de fé. Como a bela mensagem abaixo:
“A maior parte dos habitantes do planeta se declara crente. Isto deveria provocar um diálogo entre as religiões. Não devemos deixar de orar uns pelos outros e colaborar com os que pensam diferente.
Muitos pensam diferente, sentem diferente, buscam Deus e encontram a Deus de maneira diferente. Nesta multidão, neste leque de religiões, há uma só certeza: todos somos filhos de Deus.
Confio em você para divulgar meu pedido deste mês. Que o diálogo sincero entre homens e mulheres de diversas religiões gere frutos de paz e de justiça. Confio em sua oração”.
Triste é o homem que acredita num Deus que julga em primeiro lugar ao invés de amar.
Prefiro ficar com a mensagem de que Deus aceita a todos como são e de maneira igual.
“Agora percebo verdadeiramente que Deus não trata as pessoas com parcialidade”
4 Comments
É isso mesmo, Carol!
Deus só nos pede para amarmos ao próximo como a nós mesmos… E com ações, lógico!
Infelizes as pessoas que utilizam de Suas palavras para levar vantagens ou dominarem seus semelhantes.
O dia que tiverem a consciência disso, que talvez nem seja neste plano terrestre, se arrependerão amargamente!
Beijos!
Obrigada Fernando!!! Fico super feliz que vc le meus textos, ainda comenta, posta, muito legal…, depois de tantos anos… boa semana! Um bj
Victor Alexis.
Bom dia Carol e parabéns pela seu texto. Na verdade, no lugar de estar brigando por religião, as pessoas deveriam estar ajudando de alguma forma, a`quem não têm nem o básico, e aqui em nosso pais temos muitos. Jesus quando esteve na terra não deixo religião nem doutrina. Deixo a caridade como a verdadeira bondade entre irmãos. Carol, Vc é um exemplo de quem quer instruir os outros, pois seus artigos( todos ) são muito bons. Um bom dia para Vc e fique com Deus.
oi Victor!!!! que legal!!! Obrigada por compartilhar!!! E pela presença aqui!!! Fico muito feliz! Seja sempre muito bem vindo!!! Bjs e boa semana!