Como não se preocupar em tempos de pandemia, isolamento e caos? Como manter a calma, quando a tranquilidade parece ser tudo que não chega?
Liga-se a TV: quantos mortos hoje? A internet? Inúmeras Lives falando sobre 5, 9, 20 ou 90 maneiras de ser feliz, com regras, livros e manuais. Pode sair? Não, não pode. Quando acaba? Ninguém sabe.
E querem calma? Sim! Queremos!
Calma na alma, paz no coração.
Não é fácil viver sem perspectiva de um momento melhor, quando sabemos os tantos que estão morrendo diariamente no Brasil, ainda em meio a uma guerra política, que não parece olhar seriamente para o que nos assombra: o medo de morrer e de enfrentar uma morte desassistida.
Difícil imaginar a morte dos nossos em tais condições numa saudade que aumenta a cada dia, com saudosismo e nostalgia em alta.
Complicado pensar em algo positivo, quando sabemos que mesmo com o fim pandemia, outras crises virão. No mínimo, a financeira, o desemprego, aumento de criminalidade e por aí vai.
Isso é falta de perspectiva.
E então, como encontrar a calma?
Ligamos o foda-se?
Não!
Há uma linha tênue que separa o que é serenidade de alienação.
É possível acompanhar isso tudo e focar em algo bom ao mesmo tempo, para que ninguém se perca de si mesmo. Se alienar de tudo e fingir que nada está acontecendo não é calma, mas um falso deslumbre de tranquilidade e forte traço de egoísmo.
O que fazer então em tempos de pandemia e isolamento social?
Vale uma meditação, uma caminhada, uma boa leitura, o assistir a bons filmes e vídeos ou ainda o silêncio consigo mesmo. O mergulho em si mesmo é a melhor ajuda para encontrar a paz e o equilíbrio.
O brincar com o bichinho de estimação, o cozinhar o prato favorito enquanto se ouve uma boa música, ou ainda o conversar com alguém pelo velho telefonema. Tudo é válido, desde que seja feito com calma, sem pressa, ansiedade ou preocupação.
Já pensou em ajudar o próximo? Doando um alimento para um morador de rua? Fazendo companhia virtual para quem precisa? Formas de ajudar e apoiar não faltam. Assim se evita as perguntas que incomodam e chegam a todo instante.
Será que vou ficar doente? Vou morrer? Quem vai morrer? Terei dinheiro? Emprego? Saúde? Um relacionamento? Quando tudo isso acaba?
Não há respostas para todas as perguntas agora, mas se há fé, sempre haverá a resiliência de se esperar, a certeza de que tudo passa.
A beleza de viver sempre esteve em se saber apreciar os momentos, ainda que seja numa fase delicada e incerta.
A pandemia e o consequente isolamento social nos trouxe a obrigação de desacelerar. Com isso, somos convidados a refletir um novo estilo de vida. Por que não novos valores, crenças e hábitos?
A arte de manter calma mediante incertezas é um dos segredos de uma vida plena, feliz e em paz com si mesmo. Ainda que o mundo lá fora esteja um caos, e está, por dentro a fé se estabelece,
Respire! Expire! Pense no que você gosta, no que acalma seu coração. E siga em frente.
É por aí!