As coisas são como são. A realidade, aquela coisa existente, ou melhor, a própria existência permanece sendo. A natureza das causas é a própria natureza. Enquanto vamos viajando pelo mundão, vamos alterando e alternando nossas percepções. A máquina que nos dá a possibilidade de perceber o mundo, mesmo que uma fração ridiculamente minúscula, e mesmo assim, distorcida, é o nosso corpo. Corpo nosso, do qual não cuidamos como alguém que tem consciência que permanece 24h por dia, 365 dias no ano nele.
Muitos religiosos tratam o corpo como algo sujo e pecaminoso. Não discordo. Se considerarmos aquilo que ingerimos, por vontade própria, somos imundos. Ingerimos cadáveres e procuramos alguma justificativa envolvendo a necessidade vitamínica ou proteica pra nos sentirmos bem, ou pelo menos conformados com esse fato. Sem contar nos alimentos que o homem manipula. Deve ele (“ele”) se considerar mesmo um deus. Despreza a natureza, que funciona perfeitamente bem sem intervenção alguma do deuso sapiens.
Mas eles sabem disso, o problema não é a falta de conhecimento. Não é o desconhecimento, mas sim outro tipo de ignorância. Uma que todos nós carregamos, e dependendo da situação que nos encontramos, essa característica pode se mostrar mais nitidamente: a necessidade de poder.
Mas o que é o poder? O que é necessário para se ter poder? Outras pessoas. O poder, pelo menos da maneira como o poder é entendido aqui, é a superioridade, seja ela da maneira que for: financeira, política, social, física, etc. sobre outras pessoas, ou seres. Digo seres, pois a exploração que o ser humano atua sobre os animais é absurda, e impensada. É normal, natural, isso existe desde que nascemos, “desde sempre”.
Seria o ser humano digno de piedade? Aquele ser humano, comum, trabalhador, que ganha um salário mediano ou nem isso. Aquela pessoa que tem somente o bastante pra sobreviver. Mesmo estando ela consciente, ou não, sobre as forças que atuam sobre o mesmo. Mesmo que ele veja a injustiça que é o mundo e como o próprio sistema, que é sustentado por trabalhadores semelhantes, mantém a sua escravidão, mesmo que ele olhe para o alto e clame por justiça, pois não tem culpa sobre sua posição na pirâmide hierárquica, enquanto os donos do mundo o manipulam e o escravizam. Mesmo que ele queira e deseje o bem para todas as pessoas, já que sabe como é ser parte daqueles que
tem pouca liberdade. Ele sente porque vive na pele. Ele sabe por que vê isso todos os dias.
E se ele estivesse do outro lado?
E se ele tivesse nascido numa família Rockefeller, Rothschild ou outra qualquer do topo? Teria tanta preocupação com essas questões ou estaria no seu casulo de dinheiro e poder, sua bolha de realidade? Um exemplo tão distante da nossa realidade pode nos levar a imaginação muito fantasiosa.
Que tal usarmos um exemplo, no qual certo poder seria dado em suas mãos? E se você tivesse poder sobre os outros hoje, agora. Como estaria agindo? Imagine você, agora, se pudesse escolher um tipo de poder, capaz de lhe atribuir maior potencial de ação e transformação sobre o mundo, o que você faria? Pense.
Porém, e se você estivesse imaginando boas ações sobre uma realidade justamente por você estar inserido nela? Lembre-se de uma coisa, você não tem esse poder que você acabou de imaginar, ou já imaginou um dia. E, sabendo disso, você alterou uma realidade na qual você provavelmente está inserido. Logo, está atuando, mesmo que na sua imaginação, para seu próprio benefício. Se não foi o caso: parabéns! Você realmente tem empatia.
Melhor, e se pudéssemos usar um exemplo que, na verdade, é real. Você tem poder. Você é humano. O ser humano, como ser mais inteligente (ou, mais manipulador) da face da terra, tem poder sobre as outras espécies. O ser humano é UMA espécie. Mas, de alguma forma, deu um jeito de se enxergar algo à parte da natureza. Como se não precisássemos de oxigênio, como se todas nossas funções físicas e psíquicas não fossem dependentes de minerais. Ou pior: o homem imagina a natureza como estrutura hierárquica, onde ele é o rei e todos os outros seus escravos.
Nós aprisionamos (desde o nascimento), torturamos (características típicas psicopatas) e enfim, aniquilamos os animais. Como se não fosse só isso, a quantidade de poluição que é produzida pela emissão de gases, a quantidade de água que cada animal que vai ser morto consome, entre outros fatores, são totalmente desequilibrantes para a natureza.
Essas questões todas pelo lucro. Lucro que traz poder. Poder sobre quem, além dos animais? Sobre os outros. “Outros”.
Na hierarquia, o poder sobre a natureza, para obter mais poder sobre as pessoas, que cooperam com a aquisição de tudo provindo da morte e sofrimento dos animais. Agora, volto a dizer: mesmo aqueles que estão lá embaixo na pirâmide hierárquica, ainda têm outros logo abaixo: animais. Apenas não são da mesma espécie. Engraçado como não os consideramos, então porque nos considerariam aqueles que estão no poder (da humanidade, das leis, do sistema financeiro, etc)? Eles não são diferentes de nós, do cidadão comum.
O engraçado (até hipócrita e trágico) de tudo isso é que eu como carne, pelo menos por enquanto.
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Brasileira, com cidadania alemã, 44 anos. Natural de Itapeva, São Paulo: bicho do mato, dos rios e cachoeiras. Caipira com orgulho. Escritora, colunista e roteirista por paixão. Poliglota. Autora de treze livros publicados de forma independente pelo Amazon, além de quatro roteiros para filme registrados na Biblioteca Nacional e uma peça de teatro. Colunista no próprio site www.carolinavilanova.com. Escreve desde criança com facilidade, mas demorou décadas para compreender que nesta vocação estava seu propósito de vida.…
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“Ser ignorante é algo natural. Nunca saberemos tudo sobre todas a s coisas. O que traz obstáculo à vida não é a ignorância, é a pseudossapiência. A pessoa ignora o não saber, e age, não sabendo, como se soubesse. Este indivíduo, não raro, mesmo nada sabendo, quer ensinar. Muitos deles fundam partidos, seitas, religiões, e se tornam o que alguns denominam de “cegos guias de outros cegos”, perpetuando, assim, a ignorância.” Não consegui recuperar a autoria deste texto , mas como seu texto implica que a ignorância é a raiz de todos os males que nos acorrentam.
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“Ser ignorante é algo natural. Nunca saberemos tudo sobre todas a s coisas. O que traz obstáculo à vida não é a ignorância, é a pseudossapiência. A pessoa ignora o não saber, e age, não sabendo, como se soubesse. Este indivíduo, não raro, mesmo nada sabendo, quer ensinar. Muitos deles fundam partidos, seitas, religiões, e se tornam o que alguns denominam de “cegos guias de outros cegos”, perpetuando, assim, a ignorância.” Não consegui recuperar a autoria deste texto , mas como seu texto implica que a ignorância é a raiz de todos os males que nos acorrentam.